Jornalista critica a má vontade de Dilma com o Nordeste

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    Leia o artigo do  jornalista e professor Germano Ramalho, no Portal A Palavra, que analisa a falta e vontade da presidenta Dilma, com relação ao Nordeste:

    A imagem da seca do Nordeste geralmente se notabiliza com a publicação de fotos contendo animais mortos espalhados pelas estradas, caminhos e descaminhos dos rincões do interior onde o sol brilha mais forte nesses secaperíodos, fazendo um estrago irreparável de dor e de sofrimento.

    O que pouco se vê é a realidade da pessoa humana inserida neste contexto. Geralmente quando se escuta alguém para falar sobre a crise esse alguém é proprietário de terra, criador de gado, etc.

    Seria interessante ampliar o foco ainda muito limitado e tímido que alguns órgãos da mídia oferecem ao tema, mostrando a verdadeira realidade do sofrimento que ataca e mata a pessoa humana nordestina nesses períodos.

    O Brasil inteiro se sentiu atingido e chorou pela morte até agora de 238 jovens na boate Kiss em Santa Maria no Rio Grande do Sul. Não poderia ser diferente. Perder de uma só vez mais de duzentas vidas humanas de forma coletiva e no momento em que estas estavam procurando divertimento põe em parafuso qualquer incrédulo. Além disto, jovens na plenitude de suas vidas.

    A Mídia televisiva de imediato deslocou os seus melhores repórteres, câmeras, produtores e técnicos para mostrar ao mundo que aqui a gente sabe fazer catástrofe. Que no Brasil, a exemplo do que ocorreu em outros países mais desenvolvidos do que o nosso, boates pegam fogo e matam coletivamente. Inserimo-nos na lista negra dessa onda de terror.

    No entanto, não vemos essas mesmas tvs deslocarem com frequência suas equipes para acompanhar a gravidade da situação porque passam milhares de pessoas humanas em nossa região nordestina. O pior é que essas portentosas televisões (Globo, Record, Bandeirantes, Rede TV, SBT) anunciam em seus jornais diários os mapas climáticos do Brasil por inteiro e não deixam de repetir todos os dias que “não há previsão de chuvas” para o Nordeste.

    Ora, se as pesquisas indicam que não há previsão de chuva para o Nordeste, então, fica a pergunta: Como o povo nordestino está sobrevivendo sem água? A partir de novembro de 2012 que as chuvas estão irregulares, limitadas ou sem aparecer em grande parte da região Nordeste.

    Levando-se em conta o número de habitantes que povoam nossa região nordestina, isto nos leva a conclusão, que a situação é de extrema gravidade. No entanto, nem assim a Presidente (a) da República se dignou a nos visitar, chorar o choro dos desvalidos e anunciar “in-loco” providências da República. Preferiu autorizar transferências de alguns reais e deixar o “pepino” na mão de Governadores e Prefeitos.

    No caso de Santa Maria – RS, a Presidente (a) quebrou o protocolo de uma reunião dos Países do Sul na Argentina, indo no dia seguinte da tragédia visitar os familiares das vitimas. Chorou com os familiares das vitimas. A estrutura de Saúde do Governo Federal deslocou centenas de profissionais para Santa Maria com a finalidade de atender aos necessitados.

    Uma das providencias dos diagnósticos patológicos foi o problema do trauma psicológico que atingiu centenas de pessoas. Psicólogos e Psiquiatras foram chamados para atender ao clima de estresse e alteração emocional da população vinculada as vitimas da tragédia.

    E no Nordeste seria diferente? Imaginemos o agricultor que tem sua terra como única alternativa para a subsistência. De repente, após preparar a terra (trabalho de extrema força física) e plantar as sementes, conclui que não haverá chuva e, portanto, não haverá colheita. O que podemos prever que passará pela cabeça dessa pessoa?

    A família constata que nos armários das cozinhas do povo não há comida. O filho criança chora com fome. O filho adolescente não tem oportunidades para se profissionalizar. Os pais não tem a quem recorrer. E agora José?

    Não me lembro do deslocamento de nenhuma autoridade federal a essa áreas com o intuito de determinar ações além das esmolas que são oferecidas ao nosso povo sofrido, dinheiro esse que às vezes se perde no percurso entre Brasília e o destino final por conta da corrupção desenfreada e deslavada que ocorre no serviço público brasileiro, ainda.

    Como podemos confiar num governo contraditório como este? Como confiar em Dilma? Para uns tudo e para tantos nada? Que conceito esta mulher terá do Nordeste sendo ela mineira e com laços fincados no sul? Nem em sua campanha para presidente ela se dignou a nos visitar. O Nordeste permanece carente de lideranças e lamentando que as que aparecem não tem legitimidade para falar em nosso nome.

    O pior é que os nossos representantes no congresso nacional (alguns de oposição?), nada falam, nada fazem. E o povo continua ao Deus dará. Seguindo a sina da própria sorte até que um dia apareça em seu caminho alguém que traduza com exatidão as pretensões do que se escreveu no art. 1º da Constituição Federal Brasileira de 1988, Parágrafo Único: “Todo o poder emana do povo… “ (gripo nosso). Eu preferi o termo “pretensões”.

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