Microcefalia: bebês têm rotina intensa de atendimentos no Hospital Pedro I

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    microcefalia_1 Toda criança que nasce com microcefalia precisa passar por uma série de consultas e exames médicos. A rotina de cuidados do bebê com a malformação começa já nos primeiros dias de vida. Em Campina Grande, os pais ou responsáveis por estas crianças podem procurar o Ambulatório Especializado em Microcefalia, que funciona no Hospital Municipal Pedro I, no bairro de São José.  O serviço da Prefeitura, que é gratuito, também atende pacientes referenciados de outros municípios .

    O ambulatório especializado de Campina Grande foi um dos primeiros a ser implantados no país após o surto de casos de microcefalia. Funcionando desde dezembro do ano passado, o serviço conta uma equipe multidisciplinar, formada por neurocirurgião, oftalmologista, fisioterapeuta, psicólogo e enfermeiro. Estes profissionais são responsáveis por avaliar quais são as dificuldades que o bebê poderá ao longo do seu crescimento e como será atuação da equipe para estimular o desenvolvimento das crianças.

    Até agora, vinte bebês com microcefalia estão sendo atendidos no ambulatório especializado. Outras onze crianças já estão com consultas agendadas para iniciar o acompanhamento no serviço nos próximos dias. Por enquanto, cada criança é atendida de duas a três vezes por semana, mas o número de visitas dos bebês ao ambulatório deve aumentar nas próximas semanas, quando iniciarem os acompanhamentos com fonoaudiólogo e otorrino.

    Além das consultas, a rotina dos os bebês com microcefalia também inclui a realização de exames laboratoriais e de diagnóstico por imagem. A neurocirurgiã Alba Gean Medeiros, explicou que os exames, como a tomografia, são necessários para acompanhar a gravidade das lesões que a doença provoca nas crianças. “Na maioria dos bebês, estas lesões provocam, principalmente, atraso no desenvolvimento neurológico, retardo, déficit motor, auditivo e visual”, definiu a médica.

    Problemas na visão – Bebês com microcefalia associada ao zika vírus estão apresentando graves problemas de visão. Por isso, as crianças atendidas no Pedro I  também realizam exames funcionais com oftalmologistas, para saber qual é o grau de comprometimento da visão de cada um delas. Dos casos já analisados no ambulatório, o comprometimento na visão dos bebês são causados, principalmente, por atrofia na retina e alterações no nervo óptico.microcefalia

     Preparação – Com a mudança na rotina da família e as incertezas que envolvem a doença, as famílias dos bebês com microcefalia acabam precisando de acompanhamento psicológico. No ambulatório do Hospital Municipal Pedro os mães são atendidas pela psicóloga do setor e ainda participam de grupos de ajuda. As gestantes com diagnóstico intra-uterino confirmado para microcefalia também recebem apoio psicológico.

    A psicóloga do ambulatório, Jaqueline Loureiro, esclareceu que, nestes primeiros encontros que estão acontecendo com as famílias, a equipe vem fazendo um trabalho de preparação tanto com as gestantes quanto com as mães dos bebês com microcefalia, explicando as dificuldades que as crianças poderão enfrentar no decorrer do seu desenvolvimento.

    “Nesta etapa, o comportamento da criança não difere muito com o de um bebê que não tem a microcefalia. No entanto, as famílias precisam estar preparadas para lidar com as limitações que vão surgir, que são as dificuldades motoras, de fala, audição e até problemas de visão”, informou a psicóloga.

    Fonte: Codecom

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