Curso prepara professores para abordagem de questões étnico-raciais

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    Curso_etnico_racialA Secretaria de Educação da Prefeitura de Campina Grande está promovendo um curso de formação para professores sobre estratégias e metodologias de abordagem de questões étnico-raciais no ambiente escolar.

    A aula inaugural do curso foi realizada na noite desta quarta-feira, 20, no auditório do Centro de Tecnologia Educacional (CTE), no centro da cidade.

    Ao todo, 74 pessoas estão inscritas no curso, superando as expectativas dos organizadores.

    O tema central da formação é “Trançando a rede da diversidade: propostas e desafios na implementação das leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008”, tendo como foco as legislações que tornaram obrigatório o ensino das culturas afro-brasileira e indígena, incluindo a temática no currículo oficial da rede de ensino.

    O curso acontece desde novembro, com sete encontros presenciais, periodicidade mensal, além de atividades desenvolvidas nas escolas onde os educadores participantes da formação atuam.

    A formação é gratuita e também recebeu inscrições de professores de fora da Rede Municipal e de integrantes dos movimentos sociais vinculados à temática étnico-racial.

    O capoeirista mestre Sabiá foi o convidado para a aula inaugural.

    A formação está sendo conduzida por Ana Cláudia Dias Ivazaki, professora efetiva da Rede Municipal de Ensino de Campina Grande e que desde 2010 desenvolve pesquisas sobre a temática étnico-racial.

    De acordo com a docente, o foco da capacitação é promover o debate sobre a diversidade cultural a partir de estratégias didático-pedagógicas relacionadas ao contexto nas escolas municipais de Campina Grande.

    “Contemplaremos as questões étnico-raciais de maneira interdisciplinar, dialogando com os eixos temáticos do currículo da Rede Municipal de Ensino. O objetivo é sensibilizar os educadores e fomentar a discussão do tema em sala de aula, garantindo assim a implementação de fato do que exige a legislação. Mas para isso, propomos a utilização das ferramentas já disponíveis na rede, de acordo com nossa realidade”, defende Ana Ivazaki.

    A formação discute como inserir a temática desde a educação infantil, iniciando já nas creches, até as séries finais do ensino fundamental.

    Entre as propostas está o uso da literatura infantil, contação de histórias, vídeos e até brinquedos que representam e valorizam aspectos da cultura afro-brasileira e indígena.

    “Estamos catalogando os livros de nossas bibliotecas para a construção de um acervo étnico-racial a partir dos livros didáticos e paradidáticos disponíveis”, explicou.

    A legislação também será discutida na formação, mas articulada com a Proposta Político-Pedagógica da Rede Municipal e as experiências de outros municípios.

    Também serão discutidas obras de autores com abordagens diferentes sobre a questão étnico-racial, a exemplo de Kebengele Munanga, Milton Santos Wilma de Nazaré Baía, entre outros.

    “O importante é demonstrar que não há cultura superior ou inferior, valorizando as três matrizes da cultura brasileira: africana, indígena e européia, valorizando o respeito a todas”, explicou.

    Reconhecimento

    A Secretária de Educação do Município, Iolanda Barbosa, destacou o trabalho desenvolvido pela professora Ana Ivazaki. “A formação atende a uma demanda da nossa rede e está sendo feito por uma professora efetiva do município que não apenas conhece a realidade da nossa educação básica, mas principalmente já atua concretamente em prol da educação com foco na diversidade”, relatou.

    Projeto

    Ana Ivazaki coordena o projeto ”Descobridores de Histórias, Brincando e Aprendendo com as Leis Nº 10.639 e 11.645/2008”, realizado em seis escolas da Rede Municipal. “A partir do curso pretendemos difundir essas práticas para outras escolas do município”, afirmou Iolanda Barbosa.

    Fonte: Codecom

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