O vereador Alexandre do Sindicato comentou nesta segunda-feira, 15, as declarações da procuradora da República Janaína Andrade, coordenadora do grupo de trabalho da transposição do Rio São Francisco, sobre a decisão do governador Ricardo Coutinho de transferir água do Rio Paraíba, que abastece o açude de Boqueirão, para cidades do interior de Pernambuco.
Em entrevista à imprensa de Campina Grande, a integrante do Ministério Público Federal tratou a medida como “imprudente” e cobrou estudos técnicos sobre o procedimento. A procuradora disse que o MPF “recebeu a informação com surpresa” e ainda não conseguiu obter informações claras, “porque uma hora é colocado que essa água será retirada do Rio Paraíba, outra hora que será retirada de Boqueirão”.
Para Alexandre, o cenário é preocupante. “Ninguém é contra compartilhar a água da transposição com outras cidades, inclusive de outros estados. Jamais seríamos contra uma ação desse tipo, mas, por outro lado, como bem pondera o Ministério Público, tal medida precisa ser executada com estudos técnicos que garantam a sua viabilidade, do contrário, não teremos água nem para Campina nem para Santa Cruz do Capibaribe”, comentou o parlamentar.
Ele lembrou que a atual vazão da transposição no Rio Paraíba sequer tem sido suficiente para ampliar de maneira mais efetiva as reservas do Epitácio Pessoa. “Recentemente, tivemos um recuo no nível de Boqueirão, que só foi neutralizado por causa das chuvas. A pergunta é simples: teremos uma vazão capaz de manter o nível do reservatório e ainda fornecer água para o estado vizinho?”, questionou Alexandre.
Segundo o vereador, chama a atenção a postura do governador de impor medidas que colocam em risco a segurança hídrica de Campina Grande e região sem ser transparente pelo menos com órgãos como o Ministério Público. “Assim como fez em relação ao fim do racionamento, Ricardo impõe sua vontade, tida por ele como soberana, à população. Para ele, ninguém merece explicações, principalmente quando suas decisões atingem Campina. Se fosse em relação à capital, o comportamento seria outro”, complementou.
Fonte: Codecom