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Bolsonaro chora e apela para pânico moral em novo programa eleitoral

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Família, religiosidade, aborto: campanha do presidente repete estratégia de levar para a televisão as pautas morais que viralizaram nas redes sociais para atacar Lula

Bolsonaro chora e apela para pautas morais em horário eleitoral gratuito.
Créditos: Reprodução/Youtube
RevistaFórum
Por Raphael Sanz

Em seu novo filme, de cerca de 5 minutos, exibido nas televisões brasileiras durante o horário eleitoral gratuito, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chorou e apelou para questões morais, como a ‘defesa da família’, a religiosidade e o pânico em torno de uma suposta intenção do ex-presidente Lula (PT) de mudar a lei que regula o aborto no Brasil.

O vídeo afirmou, sem apresentar provas, que o petista iria “incentivar as mães a matarem os próprios filhos”. No entanto, um pequeno trecho em que Lula fala sobre o tema foi posto na peça sem qualquer contextualização. Não é possível saber a data em que a fala foi feita, nem a qual pergunta ele respondia ou a totalidade da fala. Lula sempre se colocou contra o aborto, inclusive durante esta campanha eleitoral, mas defende que o tema seja tratado na esfera da saúde, e não da segurança pública. Ou seja, mesmo não aprovando o aborto, ele não é a favor de colocar mães na cadeia por conta da prática.

As falas de Lula e da apresentadora são intercaladas com imagens de um ultrassom usado em cirurgia de tal natureza editado com áudios de batimentos cardíacos que sessam, dando a sensação cinematográfica de morte. Atualmente a Lei do Aborto permite que a operação seja feita em casos de estupro, má-formação cerebral do feto ou risco de morte para a mãe.

Na sequência, a peça publicitária bolsonarista acusa os adversários de quererem destruir “a família”, mas também não explicam exatamente o que é uma família. Sobretudo em um país onde o conceito, na prática, é elástico, com índices de mulheres solteiras chefiando casas e de abandono paterno que se cruzam.

Foi pegando carona na defesa da família que Bolsonaro apareceu chorando ao falar sobre a possibilidade que sua filha Laura, de 11 anos, teve de ficar órfã após a facada sofrida durante a campanha de 2018. Bolsonaro tem mais quatro filhos. O mais novo entre os homens é Jair Renan, filho do presidente com Ana Cristina Valle. Já o trio Flávio, Carlos e Eduardo são filhos de Rogéria Bolsonaro.

A campanha de Bolsonaro repete a estratégia de levar para a televisão as pautas morais que viralizaram nas redes sociais. Segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14), Lula venceria o segundo turno das eleições com 53% dos votos válidos contra 47% de Bolsonaro.

Fonte: Folha PB

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