No próximo fim de semana, os brasileiros irão às urnas para definir o futuro do Brasil. A coluna LeoDias não poderia deixar de falar sobre o assunto, e, neste texto, você conhecerá um pouco mais sobre uma personagem fundamental para a campanha de Jair Bolsonaro: Michelle Bolsonaro. Via Metrópoles
Peça-chave na tentativa de desconstrução do machismo do presidente, além de atrair o eleitorado evangélico, a primeira-dama se tornou uma “arma” imprescindível para a tentativa de reeleição do marido. Nas próximas linhas, a coluna abre um “dossiê” sobre a trajetória de vida de Michelle Bolsonaro, com informações por meio de relatos obtidos com fontes próximas ao casal.
A propósito, é importante dizer que, ao longo dos últimos quatro anos, a primeira-dama não concedeu absolutamente nenhuma entrevista. Ela também chegou a recusar pedidos deste colunista após uma antiga matéria tê-la desagradado. A palavra “rancorosa”, contextualizada na matéria, pesou bastante na decisão da primeira-dama. Desde então, Michelle só se manifesta dentro da igreja evangélica que frequenta.
Maria das Graças, mãe de Michelle e de outros quatro filhos, deixou Minas Gerais e se mudou com o marido para a capital brasiliense na década de 1970. Eles se separaram quando ela ainda era criança. Em relatos inéditos, dona Maria contou que a filha passou a frequentar igrejas aos 13 anos. Mesmo entregue à religião, permeava o imaginário de Michelle o sonho de se casar com um homem rico e de ser atriz.
O primeiro emprego da primeira-dama foi no Supermercado Extra, em Brasília. Ela começou na sessão de laticínios e chegou a se vestir de Toddynho para agradar crianças. Depois, ganhou a oportunidade de promover uma linha da Bauducco. Na Via Estrutural, próximo a Ceilândia, onde morou por muitos anos, Michelle empilhava caixas do produto no chão para vendê-las.
Causas sociais
Hoje, o olhar que a primeira-dama tem para causas sociais relacionadas a pessoas com deficiência, principalmente voltado para surdos e mudos, tem a ver com sua experiência dentro de casa.
Um parente que muito contribuiu em sua criação é surdo. Diferentemente dos irmãos, Michelle era a única que o compreendia e se preocupava com ele. Foi aí, então, que ela decidiu aprender a linguagem de libras e, assim, facilitar a comunicação na família.
Quando Michelle conheceu o atual presidente do Brasil – seu primeiro marido –, ele foi até a casa dela pedi-la em namoro. Na época, ela já era mãe de Letícia. Em 2010 nasceu Laura, fruto do relacionamento com Bolsonaro.
Apesar de blindada, Michelle é rédea curta com Bolsonaro. Hoje, o apoio que o político tem da comunidade evangélica deve-se muito à primeira-dama, que, além de se comportar rigorosamente de acordo com o que demandam as diretrizes da igreja, movimenta o país na base do silêncio.
Os filhos do presidente
Testemunhas afirmam que quando Jair Bolsonaro levou uma facada durante o ato político em Juiz de Fora (MG), em 2018, ela chorava muito e chegou a ser vista aos prantos em vários momentos ao lado dele, em completo transe, com medo de perder o marido. O amor entre os dois é recíproco, mas quando o assunto são os filhos de Bolsonaro, a história muda completamente.
Embora o presidente seja apaixonado por todos eles, a relação de Michelle só é amistosa com Flávio e Eduardo. O clima com Carlos nunca foi bom, e o contato com Renan é próximo do zero. Os dois, inclusive, são bastante ausentes em comemorações como Dia dos Pais, por exemplo.
Flávio, Carlos e Eduardo são filhos de Bolsonaro com Rogéria Nantes Nunes Braga, sua primeira esposa. Renan é filho dele com Ana Cristina Valle, de quem tanto Rogéria quanto Michelle querem distância.
Ana foi pivô da separação de Bolsonaro e Rogéria, ou seja, era a amante. E por isso entende-se a enorme rejeição que ela possui na família. Ela é também um ponto de alerta muito grande para a primeira-dama, que sabe da fama de infiel que Bolsonaro teve.
Mas uma coisa é certa: Michelle Bolsonaro é a grande arma dos bolsonaristas para um 2º turno. O desenho para o futuro já começou a tomar forma. Ela foi colocada à frente, principalmente para convencer o público feminino a votar em Bolsonaro.
O papel dela neste momento é estratégico. O apoio a candidatos tem um peso muito grande, com potencial para mudar o resultado de uma eleição, tanto que ela é a única responsável pela reestruturação da imagem de Jair Bolsonaro.
Michelle tem dedo no baixar do tom do presidente, na atual fala mansa dele. Também influencia a campanha de aliados. Prova dessa mobilização pode ser vista no Distrito Federal, na disputa pelo Senado.
Candidata pelo PL, partido de Bolsonaro, Flávia Arruda era a favorita, segundo pesquisas de intenção de voto. Mas com a participação de Michelle na campanha, a ex-ministra Damares Alves conseguiu eliminar a vantagem de Flávia. Segundo o mais recente levantamento do instituto Ipec, de terça-feira (27/9), as duas estão empatadas, ambas com 28%.
Muito esperta e atenta a tudo ao seu redor, mais até do que possam imaginar, o próximo passo de Michelle é tentar o Senado. As aspirações políticas são bem óbvias e claras, mas, sobretudo, sua história de vida é capaz de conquistar qualquer ser humano, e isso ninguém pode questionar.
Fonte: Metropoles