A Secretaria de Educação da Prefeitura de Campina Grande está promovendo um trabalho efetivo para garantir a inclusão do ensino de história e cultura afro-brasileira no currículo escolar da Rede Municipal. A ação pedagógica envolve projetos que vão desde o letramento das crianças até a formação de professores para abordar o tema em sala de aula. Só na alfabetização, mais de 10 mil crianças são atendidas pelos projetos.
O trabalho desenvolvido em Campina foi apontado como referência pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação como uma das experiências positivas desenvolvidas em todo o país.
O destaque foi para a inclusão da temática afro no processo de letramento de todas as crianças do ciclo de alfabetização, a partir da iniciativa inovadora proposta pela coordenação e pelas formadoras do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), com a aplicação da literatura afro em sala de aula.
Essas ações estão diretamente relacionadas ao cumprimento e execução das Leis Federais Nº 10.639/03 e Nº 11.645/08, que dispõe sobre a obrigatoriedade do estudo de história e cultura afro-brasileira e indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio de todo o país, tanto na rede pública quanto nos educandários mantidos pela iniciativa privada.
“É Importante destacar que as leis não contemplam a educação infantil e nós já avançamos neste sentido, inclusive a temática esteve presente nas creches do município e até mesmo em todos os desfiles cívicos das escolas da rede municipal em 2014 e 2015”, acrescentou a secretária de Educação de Campina Grande, professora Iolanda Barbosa.
Entre as ações desenvolvidas neste sentido está o projeto “Trançando a Rede da Diversidade: propostas e desafios”, que está está promovendo um curso de formação para professores sobre estratégias e metodologias de abordagem de questões étnico-raciais no ambiente escolar. O curso está capacitando mais de 70 professores gratuitamente, sob a coordenação da pesquisadora Ana Cláudia Ivazaki, professora efetiva da Rede Municipal de Campina Grande.
A temática afro também está presente no projeto “Descobridores de Histórias”, que utiliza a contação de histórias e a literatura infantil para tratar da diversidade étnico-cultural, bem como no Projeto “Capoeira nas Escolas”, presente atualmente em todas as 119 escolas da Rede Municipal de Educação e em mais sete creches, em parceria com o Instituto Alpargatas, parceiro também no Programa “Educação pela Cultura”, onde o ensino das culturas afro e indígena também é o foco central.
A Secretária Iolanda Barbosa destaca ainda as ações desenvolvidas com a juventude. “No Projovem Urbano, temos numa parceria com o Governo Federal na implementação não apenas da lei, mas na garantir do direito de aprendizagem de jovens negros e pardos entre 18 e 29 anos que se evadiram e retornam para escola e vão concluir o ensino fundamental com educação profissional e participação cidadã”, informou.
PARCERIAS
Para a efetivação dessas ações, a Secretária Iolanda Barbosa destacou e agradeceu a participação de diversos parceiros. “Agradecemos aos parceiros que sempre estiveram junto conosco em todas as ações; entre eles, destaco o Movimento Negro de Campina Grande, a Associação de Capoeiristas, o Instituto Alpargatas, a Juventude de Terreiros e estudiosos da temática Afro e Indígena vinculados às Universidades Públicas de Campina Grande que sempre se dispõem a estar conosco”, agradeceu.
Fonte: Codecom