Com a construção de uma sala de 66 metros quadrados somente com garrafas plásticas, Gilvan Luís de França, professor do Centro de Ensino Fundamental 2, em Planaltina (DF), foi um dos selecionados na sexta edição do Prêmio Professores do Brasil. As garrafas cheias de areia substituíram os tijolos, assentadas com barro. “Tentei passar a eles a importância de não jogar as garrafas em rios e esgotos, mas reutilizá-las”, conta França.
Já a professora Helena Paula Menezes Oliveira procurou combater o mau uso de recursos naturais na Unidade de Educação Básica Zebina Eugênia Costa, em São Luís (MA), com o Projeto Cuidar. Realizado de março a outubro de 2012, o projeto foi desenvolvido em três etapas: Cuidando da Água e dos Animais; Cuidando da Horta na Escola; Cuidando do Lixo na Escola.
“Havia um desperdício muito grande de água. Para sensibilizar os alunos e amenizar o problema foram desenvolvidas várias atividades, como confecção de placas e paródias de músicas”, explica a professora. De acordo com Helena, a sala de aula chamava a atenção. “Era uma sala diferente”, relembra. Tantas atividades despertaram o interesse das demais professoras sobre o projeto. Em 2013, ele será estendido a toda a escola.
Histórias – Outra educadora premiada foi a professora Carina Escabora Campos, que leciona em escola pública da comunidade do Parque Imperial, em Barueri (SP), com o projeto Vidas que se Contam. Professora de alfabetização para jovens e adultos, Carina buscou lembranças significativas dos alunos para tornar o conteúdo formal atrativo e relembrar a importância da educação. Em seguida, registrou em filme histórias capazes de servir de estímulo a outros estudantes. “Foi possível perceber que o índice de evasão caiu e que o de alfabetização cresceu”, disse a professora.
Escola do Maranhão adota práticas sustentáveis/UEB Zebina Costa/MEC
Alunos inventam receitas
Um livro digital com receitas foi escrito por crianças do quarto ao sexto ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental 25 de Julho, de Picada Café (RS), como resultado do projeto Aprendendo na Cozinha. Para as aulas práticas, foi montada uma cozinha na sala de artes. “Não poderíamos ter acesso à cozinha da escola porque é usada o dia inteiro pelas merendeiras”, explica a professora Silvania Linck, coordenadora do projeto.
Em matemática, por exemplo, as crianças visitaram o supermercado, anotaram preços de ingredientes, fizeram cálculos e aprenderam medidas de peso e capacidade, como gramas e mililitros. Em língua portuguesa, descobriram que as receitas são um tipo de texto. “Também trabalhamos com história e geografia, através da origem, cultura e região de onde é originária a receita”, diz Silvania. “Falamos ainda de imigração, pois temos uma colonização alemã forte na nossa região. Muitas receitas são típicas da Alemanha.”
Evolução – Os estudantes fizeram pesquisas na internet, no laboratório de informática e montaram uma maquete para representar o progresso da cozinha, desde o homem das cavernas. “Assim, puderam aprender sobre a evolução da humanidade”, afirma a professora.
Um dos critérios para a seleção das receitas foi o resgate de receitas antigas, de família. Os estudantes também deixaram a sala de aula para plantar hortaliças, aproveitadas como ingredientes, e conhecer mais sobre sustentabilidade ambiental.
secom.gov.br