Com o objetivo de discutir estratégias para reduzir o índice de mortalidade neonatal no Instituo de Saúde Elpídio Almeida (Isea), a secretária municipal de Saúde de Campina Grande, Lúcia Derks, esteve reunida com a direção da maternidade pública e diretores da pasta. A reunião aconteceu na manhã desta quinta-feira, 10, e também contou a participação de técnicos que atuam na investigação das causas de óbitos no município.
No encontro, a secretária apresentou um balanço, com a análise dos 45 óbitos infantis ocorridos no Isea, no período de janeiro a março deste ano. Segundo o levantamento, apenas nove (20%) dos casos foram de filhos de mulheres residentes em Campina Grande, sendo os demais de pacientes de outros municípios. Essa disparidade acontece porque o Isea é a maternidade de referência em gestação de alto risco para mais de 100 municípios paraibanos.
Devido essa constatação, a secretária Lúcia Derks informou que o assunto foi discutido na manhã desta quinta-feira, na reunião da Comissão Intergestora Regional (CIR), que congrega os municípios da 16ª Região de Saúde. “É preciso que os municípios pactuados capacitem seus profissionais para os cuidados com o pré-natal, pois, a maioria dos óbitos está relacionada a problemas de saúde que não são tradados no pré-natal, como as hipertensões e infecções”, argumentou.
Lúcia Derks informou ainda, que a Secretaria Municipal de Saúde realizou uma capacitação sobre pré-natal de risco habitual com os profissionais da Atenção Básica, no mês passado, e que um novo treinamento está agendado para o mês de maio, dessa vez sobre o pré-natal de alto risco. “A assistência ao pré-natal em Campina Grande está organizada e funcionando. Mas, precisamos somar forças com outros municípios para promover capacitações e sensibilização dos profissionais de saúde”, ressaltou.
Ainda de acordo com a secretária, 73% dos óbitos registrados foram de bebês com menos de sete dias, que nasceram com complicações. A maioria destes (81%) ocorreu nas primeiras 24 horas de vida. Do total dos casos notificados no período, 33% ocorreram na sala de parto, em recém-nascidos prematuros extremos, com idade gestacional inferior a 23 semanas, abaixo dos limites de viabilidade. Em 60% dos casos, os recém-nascidos estavam com peso inferior a 1kg ao nascer, sendo considerados de extremo baixo peso.
Redução – Em 2013 o Isea conseguiu reduzir em 37,5% o índice de mortalidade neonatal, em comparação ao ano anterior. A redução é resultado de uma série de medidas adotadas, desde o inicio do ano passado, como a implantação do “Bem-Me-Quer”, uma estratégia da Secretaria Municipal de Saúde que estabeleceu Plano de Assistência Neonatal e Obstetrícia de Campina Grande, em parceria com a Rede Cegonha.
A maternidade pública também ganhou 31 leitos e a Casa da Gestante, Bebê e Puérpera, para acolhimento às pacientes de outros municípios que precisam acompanhar os filhos internados na maternidade. Ainda neste ano deverá ser instalada uma UTI materna no Isea e será adquirido um aparelho de ultrassonografia especializado em assistência obstetrícia.