Estudos sobre a desertificação do Semiárido nordestino devem ser beneficiados
Um projeto internacional coordenado pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) na área de Aplicações Avançadas da Internet pretende otimizar a realização de pesquisas científicas que exijam armazenamento e processamento de grandes massas de dados.
Denominado Mercurius, o projeto envolve nove instituições em três países (Brasil, Espanha e Itália) e tem o caráter de suporte à e-Ciência, um forma de fazer ciência apoiada na intensa utilização de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).
“As TIC não só permitem um nível de interação e troca de experiências muito mais rápida e eficaz entre os pesquisadores localizados em qualquer parte do planeta, mas também o processamento de modelos cada vez mais complexos e a análise de enormes massas de dados “, esclarece o professor Francisco Brasileiro, que coordena o projeto.
Segundo ele, em algumas pesquisas, a dependência de infraestruturas computacionais com grande capacidade é tão grande que a única alternativa é a integração de infraestruturas operadas por diferentes instituições, o que normalmente ocorre através da federação de serviços. O objetivo do projeto Mercúrio é investigar novas formas de federar serviços, que garantam a operação eficiente, justa e sustentável destas infraestruturas computacionais.
Um dos estudos de caso que integram a pesquisa deve ter impacto direto nos estudos sobre o processo de desertificação do Semiárido nordestino, realizados pelo Instituto Nacional do Semiárido (INSA). É que, embora os satélites Landsat produzam grandes quantidades de dados, apenas uma pequena parte é efetivamente usada para a pesquisa científica e aplicações operacionais.
“O grande desafio está na redução do tempo necessário para concluir o processamento e na ampliação da capacidade de armazenamento, para que um pesquisador seja capaz de analisar rapidamente áreas de centenas de quilômetros quadrados de um bioma como a caatinga, ao longo de dezenas de anos de imagens produzidas, combinando diferentes sensores, resoluções espaciais e temporais e tudo isso em um ambiente interativo, preferencialmente web”, destaca Francisco Brasileiro.
Além da UFCG, o projeto Mercurius conta com a participação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), da Universidade Politécnica de Valência (UPV), do Centro euro-Mediterraneo sui Cambiamenti Climatici (CMCC), da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA) e de empresas especializadas em desenvolvimento de software (Infax e T&T). É financiado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em parceria com Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o Comitê Gestor da Internet no Brasil.
Fonte: Codecom