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Romário preso no parque, Ronaldo juvenil no baralho e treta de M.White com polícia dos EUA: os bastidores do Tetra

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Em 1994, o Brasil quebrou um jejum de 24 anos sem conquistar uma Copa do Mundo. A equipe comandada por Parreira venceu a Itália nos pênaltis de forma dramática após as equipes empatarem sem gols no tempo normal e na prorrogação.

Em entrevista ao ESPN.com.br, o ex-volante Mauro Silva contou as melhores histórias dos bastidores do quarto título mundial brasileiro, vencido nos EUA.

ROMÁRIO

“O Parreira e o Zagallo gostavam de colocar um volante marcador para tentar tomar conta do Romário nas concentrações. Era o Dunga ou eu que ficávamos como parceiro de quarto do Baixinho, mas não era fácil”.

Em uma folga, o Baixinho resolveu ter um encontro amoroso com uma moça, mas perdeu a hora de voltar.

“Romário ficou preso dentro de um parque que fechou as portas nos Estados Unidos e ele não sabia como sair. Ele estava trancado e resolveu jogar uma pedra no carro da polícia para chamar atenção”.

Segundo o próprio Romário, o policial deu carona de volta à concentração.

“O Romário é diferente. Você não pode querer que ele se comporte como os outros. O que ele fazia dentro de campo era impressionante”.

RONALDO

“O Ronaldo era o caçula do nosso grupo, que tinha só 17 anos, O pessoal chamava ele de boca de lata porque ele usava aparelho nos dentes. A gente pegava no pé dele o tempo todo. Tinha um potencial imenso e todos cuidavam dele. O pessoal jogava baralho e ganhavam dele o tempo todo, principalmente o Romário. Ele era fraco porque era um juvenil que jogava contra os “macacos velhos”.

BRANCO

Em uma folga, o lateral-esquerdo Branco e o zagueiro Ricardo Rocha alugaram um carro para passearem por San Francisco. Os dois se perderam pela cidade e acabaram entrando na contramão em uma avenida.

Nisso, apareceu a polícia que mandou os jogadores descerem do automóvel. Ricardo, que não sabia falar inglês, disse ao policial: “Mr. White, lateral-esquerdo, joga muito. Ricardo Rocha, Real Madrid, Brazil, World Cup”.

Enquanto isso, Branco ria. Para a sorte da dupla, existia uma foto da seleção brasileira que foi apresentada aos policiais.

“Depois, eles foram escoltados até o lugar onde eles queriam e a gente riu demais com essa história”, disse Mauro.

RICARDO ROCHA

“A gente tinha relação muito boa de amizade e nos divertíamos muito. O Ricardo Rocha era um cara que brincava toda hora e não parava de falar. Ele foi fundamental para ganharmos a Copa”.

“O Ricardo falava para o Zagallo: ‘Em 98, vai você de treinador e eu de auxiliar. Vamos tirar o Parreira’. Depois, ele ia para o Parreira e dizia: ‘Na próxima Copa vamos derrubar o Zagallo e vai você de treinador e eu de auxiliar’. Ele ficava o tempo todo com essas palhaçadas”.

ZETTI

“O Zetti era meu parceiro de quarto na Copa do Mundo, era um cara show de bola. Ele ficou o tempo todo pintando quadros de paisagens. Era um artista (risos). Ele gostava de ouvir rock e era um cara muito tranquilo, um amigo que tenho até hoje”,

ELIMINATÓRIAS

Destaque no Bragantino, Mauro Silva passou a ser chamado em 1991 por Falcão, técnico do Brasil, e nunca mais saiu do time até a Copa de 94.

Com a chegada de Parreira, seu antigo treinador no Massa Bruta, o volante ganhou ainda mais espaço. “Eu esperava ser convocado para o Mundial porque fui titular em todo o período. Sabia como o Parreira gostava como os volantes jogavam e conhecia o dia a dia com ele”.

“As eliminatórias foram duras, sofremos a primeira derrota na história das Eliminatórias para a Bolívia em La Paz e as críticas aumentaram muito. A pressão pelos 24 anos sem títulos nos prejudicava bastante”.

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O Brasil só garantiu a vaga no Mundial no último jogo contra o Uruguai no Maracanã. Romário, grande astro do Barcelona e que não tinha sido chamado até então, fez os dois gols da vitória brasileira.

“O Parreira consultava muito os jogadores mais experientes do grupo. Existia uma situação do Romário por causa de um comportamento que a comissão não considerou adequada em algum momento e optou por não convocá-lo. Mas depois, ele foi chamado foi muito importante para nos classificarmos e sermos campeões”.

QUASE HERÓI NA FINAL

No calor da hora do almoço em pleno verão nos EUA, o Brasil tentava controlar o jogo, mas o gol não saiu.

“O Baggio me deu muito trabalho naquela final porque tinha muito talento e era decisivo. Tive que ter um nível de concentração alto porque o jogo da Itália passava pelos pés dele. A chance dele decidir com um passe ou gol era grande. Éra um cara tranquilo e não demonstrou nervosismo na partida. Estava concentrado e focado em resolver a partida”.

E quase que Mauro Silva virou o herói do título.

“Conforme passou o tempo, a ansiedade aumentou. Eu sempre tinha a função de marcar e proteger a zaga, que jogou arrebentaram na Copa, mas às vezes eu conseguia dar umas escapadas ao ataque”.

“Eu dominei e a bola, abriu um espaço e eu resolvi arriscar. O meu chutei foi em cima do [goleiro] Pagliuca, mas pegou um efeito em cima dele, que rebateu a bola na trave. Até hoje eu vejo esse lance e torço para ela entrar. Uma hora acho que isso vai acontecer”.

O goleiro italiano, que quase levou um frango histórico, beijou o poste logo em seguida.

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PÊNALTIS

Após o jogo terminar empatado sem gols no tempo normal e na prorrogação, a final foi decidida nas cobranças de pênaltis.

“Foi um sofrimento muito grande. Por mais que tínhamos treinado durante a Copa, tudo poderia acontecer. Quando o Baggio chutou para fora o mundo caiu! O sonho de infância se tornou realidade e demorou para a minha ficha cair. Foi a maior alegria que tive na minha vida profissional”.

Fonte: ESPN/Vladimir Bianchini

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