A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) começa a distribuir o primeiro hemoderivado produzido pela estatal, vinculada ao Ministério da Saúde, para o Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de um selante biológico elaborado com o plasma humano que reduz ou detém hemorragias em cirurgias cardiovasculares, hepáticas, ortopédicas e neurológicas.
A cola de fibrina chegará primeiro a quatro hospitais públicos de Pernambuco: da Restauração (HR), do Câncer de Pernambuco (HCP) e Oswaldo Cruz (HUOC) e ao Pronto Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco (Procape), que vão receber 3,4 litros de cola de fibrina, o suficiente para 680 cirurgias – consumo médio é de 5 mililitros (ml) por procedimento.
Economia – Até então, a cola de fibrina era exclusivamente importada e usada, sobretudo, na rede privada, devido ao custo (cerca de R$ 1 mil cada ml) e à baixa oferta diante da demanda mundial. A fabricação pela Hemobrás proporcionará economia aos cofres públicos e ampliação do acesso da população à saúde.
A Hemobrás enviará o produto a partir da segunda-feira (22), aos hospitais, sem nenhum custo direto, sendo cada remessa em média de 200 ml. Para o HR, está previsto 1 litro de cola de fibrina por ano para neurocirurgias. Para o HUOC, serão 800 ml para cirurgias hepáticas e transplantes de fígado no mesmo período. Para o Procape, serão 800 ml para cirurgias cardiovasculares ao longo dos próximos 12 meses. Já para o HCP, serão 800 ml para cirurgias de cabeça e pescoço.
A expectativa é levar o selante biológico para outros hospitais públicos de Pernambuco e também de outros estados, que serão selecionados pelo Ministério da Saúde. “Nosso plano é produzir o suficiente para atender usuários do SUS em todo o País”, diz o chefe do Serviço de Produção de Cola de Fibrina, Frederico Monteiro. Para 2013, a previsão são 13 litros; mais 14 litros em 2014 e outros 16 litros em 2015.
A cola de fibrina não possui contraindicação ou risco de rejeição. “Ao contrário, provoca a regeneração de ossos e tecidos e a formação de novos vasos. Ela não substitui os tradicionais pontos, mas atua como um complemento, um vedador e acelerador do processo de cicatrização”, afirma o consultor científico da Hemobrás, Wellington Cavalcanti, que fará a demonstração e o treinamento dos médicos quanto ao uso do produto nas cirurgias, quando solicitado pelos hospitais beneficiados.
Gov.br