Pelo andar da carruagem, o PMDB poderá implodir em Campina Grande, segundo maior colégio eleitoral da Paraíba, mesmo tendo uma das suas principais lideranças, o ex-prefeito Veneziano Vital do Rego, cuja mãe, a deputada Nilda Gondim é presidente do Diretório Municipal.
E aos poucos a liderança de Veneziano é testada, pois depois dos vereadores Antônio Pimentel Filho (que já presidiu a legenda) e Metuzelá Agra (que já foi secretário de Saúde e de Esporte Juventude e Lazer) terem dito da pretensão de deixar o partido, chegou a vez do ex-vice-prefeito, José Luiz Júnior, dizer que não ficará mais na legenda.
A revelação foi feita ao jornalista Jesimiel Ferreira (Matracas/Jornal da Panorâmica-FM), neste sábado, num tom de desilusão com o partido e de desestímulo com as suas principais lideranças que, pelo dito, não procuram um relacionamento amigável com os filiados e argumenta: Se eu quiser falar com alguém do PMDB em Campina Grande falo com quem? Ninguém encontra ninguém.
A insatisfação é patente quando fala sobre o pós-eleição (2012), quando disse que o partido não procurou se ajustar à nova realidade, não se reuniu para traçar metas no município, como não o fez na escolha da candidatura à prefeitura de Campina Grande, quando se escolheu uma candidata que “todos sabíamos que não tinha a menor condição de ganhar a eleição, quando com outro nome, ele (Veneziano), teria amplas chances de fazer o sucessor, fosse contra quem fosse”.
E argumenta que a legenda poderia se mais forte, Veneziano mais atuante na cidade, aproveitando a deixa de Romero (PSDB) que tem deixado brechas para isso, pois não teve nenhuma medida de impacto nesses primeiros dias de Governo. Não apresentou nada de novo, ao contrário, as reclamações da população são inúmeras, de postos de saúde que não funcionam, escolas que não têm aulas e várias outras coisas que estão paradas, sem contar as demissões de pessoas humildes, muitas, que votaram nele (Romero) e agora estão decepcionadas.
Quanto a disputa para o Governo do Estado, José Luiz disse que será uma campanha muito difícil e aponta para uma possível reeleição de Ricardo Coutinho (PSB), o que chama de natural par quem está com o poder na mão, bastando apenas saber administrar isso em cada área do Estado. E ele (Ricardo) não é bobo.
Referindo-se especificamente a Veneziano, diz que tomando-se por referência a sua administração em Campina Grande, com mais acertos do que erros, isso é inegável e todos sabem o que o seu Governo fez de bom para a cidade, ele entra na campanha com chances, mas há outro nome de Campina, com o apoio da Prefeitura de Campina, que se for candidato é muito forte, que é Cássio. Nesse caso, a campanha tomaria outra conotação.
Sem definir o partido que deve se filiar, nem o bloco político que deve integrar, afirmou ser muito forte, tanto na grande João Pessoa como na região polarizada por Campina Grande.
Com a maestria de um ponta esquerda goleador, quando atuou no Campinense e no Treze, (lateral/ala avançado) ao ser perguntado sobre quem lidera esse bloco forte e quem de Campina Grande o comporá, escapole, ginga e mete a bola na área: Aguarde que nos próximos dias ligo pra você dizendo em primeira mão.
Mas deixou vazar um contato com o dissidente Wilson Santiago que, deixando o PMDB, tentará triturar Maranhão em João Pessoa e Veneziano & Cia em Campina Grande.
Isso mostra que é necessário e urgente um tremendo “freio de arrumação” no PMDB, numa ação conjunta, rápida e eficaz do presidente estadual, José Maranhão, levando à tiracolo, em todas as conversas, Veneziano e o irmão dele, senador Vital Filho, caso contrário, a pré-candidatura de Veneziano ao Governo do Estado, hoje viável e crescente, poderá ser abortada e o partido ficar a ver navios, em João Pessoa, e a procurar o jacaré do Açude Velho, em Campina Grande.
Por Jesimiel Ferreira
Matracas
