O casal de sócios fundadores da Braiscompany, Antônio Neto Ais e Fabrícia Farias Campos estariam em São Paulo e já são considerados fugitivos da Justiça. Eles são os alvos dos dois mandados de prisão temporária expedidos dentro da operação Halving. Os bens do casal estão bloqueados, assim como as atividades da empresa.
Ação do MP
O órgão pede ainda arrolamento dos bens e imóveis, o sequestro de uma aeronave Hawker, Beechcraft, ano de fabricação de 1998, modelo 400, matrícula RAB n. 20149, em 19 de janeiro do ano corrente, a ser efetivado no Registro Aeronáutico Brasileiro(RAB) da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Em nota, o MPPB afirma que a ação cautelar para congelamento de bens da empresa busca assegurar medidas que possam reparar os danos sofridos pelos investidores.
Crise
Juristas, artistas, atletas e grandes empresários estão entre o grupo de pessoas que aplicaram recursos financeiros na Braiscompany. Entre eles, os cantores Fabiano Guimarães, Ranniery Gomes e Nathan Vinícius, o colunista Celino Neto, os ex-lutadores José Aldo e Popó e o ator Lucas Veloso.
O CEO e fundador da empresa, o paraibano Antonio Neto Ais vendeu às pressas uma mansão em São Paulo em dezembro do ano passado — mesma época em parou de pagar os clientes. O imóvel foi liquidado por R$ 12,5 milhões embora tenha um preço estimado em torno de R$ 15 milhões. A informação é do Portal do Bitcoin. O baixo preço, segundo uma fonte ao portal, teria sido motivado pela necessidade de Neto Ais precisar fazer uma venda rápida da casa.
A mansão no bairro do Morumbi, na capital paulista, foi comprada de Neto Ais por uma empresa do ramo de incorporações e empreendimentos imobiliários. Atualmente, o imóvel segue listado em um site de vendas de imóveis ainda pelo preço de R$ 12,5 milhões.
Segundo apuração do jornalista Cógenes Lira, a Braiscompany gerencia cerca de 10 mil contratos de clientes, em uma quantia equivalente a R$ 600 milhões. Uma pessoa chegou a vender um sítio no município de Lagoa Seca para investir na empresa, que também atraía pessoas de camadas econômicas mais vulneráveis que se sacrificavam para arcar com os custos dos investimentos.
Durante a operação Halving, agentes da polícia chegaram a ir até a casa do empresário, em um condomínio de luxo. Também se dirigiram às sedes da empresa próxima ao Açude Velho (CG), em um empresarial de João Pessoa e na filial localizada em São Paulo. Foram apreendidos documentos, materiais e dinheiro. Alguns valores, em espécie, estavam guardados dentro de um livro. Ainda houve determinação de sequestro de bens e suspensão parcial das atividades da empresa.