Em 2019, o movimento antivacina foi listado como uma das ameaças à saúde global pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos EUA, essa onda está provocando surtos de doenças não vistas há décadas – em janeiro, o Estado de Washington declarou estado de emergência por conta dos casos de sarampo, enfermidade que tinha sido erradicada do país 20 anos atrás.
No Brasil a situação é menos grave, mas ainda merece atenção. Um estudo brasileiro recente, feito pela Faculdade São Leopoldo Mandic em parceria com a London School of Hygiene and Tropical Medicine, mostra que os ideais antivacina crescem no país. De acordo com os resultados da pesquisa, que contou com 1000 voluntários, 4,5% dos pais se recusam a vacinar suas crianças, e outros 16,5% têm receio, ou não acham que isso tenha qualquer importância para a saúde de seus filhos.
“Entre os pais mais jovens, o índice de insegurança é maior ainda, chega a 23%.” disse à SUPER o Prof. Dr. Marcelo Henrique Napimoga, coordenador do estudo e PhD em imunologia. “A gente acredita que, por esses pais não terem vivido uma época onde diversas doenças eram letais e deixavam sequelas permanentes, eles não consideram a vacinação contra elas tão importante. Acham que tudo bem não dar uma ou outra vacina – e acabam deixando seus filhos expostos a problemas graves”.
Ainda pior que a ignorância sobre as benesses das vacinas é o medo. Os entrevistados anti-vacina disseram duvidar da eficácia delas e ter medo de efeitos colaterais.
Fonte: Superinteressante por Ingrid Luisa – Imagem: Esben_H/Getty Images