Os servidores de Campina Grande, em greve geral desde o dia 06 de junho, realizaram o sexto ato público do movimento paredista na manhã desta quinta-feira, 30. Desta vez, os trabalhadores ocuparam as dependências da Secretaria de Administração, de forma pacífica e preservando o patrimônio público, para cobrar respostas da gestão municipal, que continua ignorando os efetivos, mesmo após as inúmeras tentativas de diálogo por parte da categoria, através da representação do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste e Borborema (Sintab). A próxima mobilização acontecerá no dia 05, novamente na Secretaria de Administração, a partir das 9h.
Como já bastante divulgado pelo Sintab, a pauta é antiga e inclui o descumprimento, há quatro anos e mesmo sendo lei no município, do reajuste da data-base dos servidores, conforme lembrou a vice-presidente do sindicato, Monica Santos.
“A data-base está na lei orgânica do município, enviamos vários ofícios mas o prefeito até hoje não sentou para negociar. A data-base em Campina Grande é maio, era pra ter sido negociada desde abril, portanto o prefeito desrespeita a lei orgânica. Como é que o governo cobra tanto dos servidores e não cumpre o que os servidores têm direito?”, questionou.
Outro ponto de pauta constantemente denunciado e também ignorado pela Prefeitura, são as condições de trabalho, extremamente precárias.
“Estamos preocupados em prestar um bom serviço à população, mas com as condições que estão colocando para os servidores não é possível garantir isso. Estamos aqui porque queremos que os direitos da população possam ser atendidos, nossa voz é em defesa do povo, não somente dos servidores que estão em greve”, reforçou o diretor de Política e Formação do Sintab, Franklyn Ikaz.
Este descaso do governo municipal foi destaque também na fala do diretor de Comunicação, Napoleão Maracajá.
“Estamos advogando em defesa do bom serviço público, do bom funcionamento das creches, dos hospitais… O prefeito ainda não apareceu para resolver o problema da saúde, da educação, desrespeita o sindicato, desrespeita a população, não tem estatura moral para cobrar deveres quem não cumpre direitos”, frisou.
O comando de greve segue visitando unidades de trabalho para orientar os servidores, avaliar a adesão, que continua forte, fiscalizar o ambiente de trabalho, monitorar a manutenção de 30% de servidores trabalhando, conforme determinação da Justiça e conscientizar a população sobre os motivos da greve geral. Durante as visitas, ficou mais uma vez evidente a precariedade das estruturas: muito mofo; infiltrações; paredes rachadas; infestadas por cupins e que podem cair a qualquer momento; móveis enferrujados; goteiras; ratos invadindo as salas de atendimento; teto desmoronando; sanitários sem condições de uso; falta de medicamentos, móveis e utensílios básicos.
Sem primeira parcela do 13º e com descontos indevidos em folha – Além dos motivos que culminaram na greve geral, os servidores efetivos estão enfrentando dois outros graves problemas. Ao contrário do que foi anunciado pelo próprio governo municipal no final de janeiro, não se cumpriu, até o momento, a antecipação da primeira parcela do 13º destes profissionais. Não bastasse essa mentira, houve descontos consideráveis e totalmente indevidos nos salários do mês de junho de centenas de servidores da saúde.
O presidente Giovanni Freire, detalhou a situação.
“No dia 30 de janeiro, o prefeito convocou os secretários e toda imprensa e anunciou o calendário de pagamento dos servidores e está lá no calendário que o pagamento aconteceria no dia 23 de junho e a antecipação da primeira parcela do décimo seria hoje, dia 30, mas, assim como a propaganda do Saúde de Verdade, o calendário da prefeitura é mentira, porque não teve salário nem do dia 22 nem no dia 23. Parcelaram os salários dos servidores! Nós somos servidores que tivemos desconto nos salários e estamos aqui para cobrar o ressarcimento! Deve ser devolvido aquilo que foi usurpado de cada servidor aqui”, denunciou.
Mais imagens do ato desta quinta na galeria: