O empresário que quiser investir no Brasil não deve esperar qualquer tipo de incentivo por parte do governo de Jair Bolsonaro (PSL), afirmou, nesta segunda-feira (13), o fundador do grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade.
Andrade deu as declarações ao deixar o Ministério da Economia, em Brasília, onde esteve reunido com o ministro Paulo Guedes.
“O empresário que estiver pensando que vai receber ajuda do governo está perdendo tempo, porque cada um é que tem que fazer a sua parte. O governo tem que fazer a dele e o empresário tem que fazer a sua”, afirmou.
“Esperar incentivos e coisas do governo que aconteciam no governo antes (…) no nosso caso, nós nunca tivemos nenhum benefício do BNDES nem de nenhum órgão do governo. Nós fizemos todos os nossos investimentos até hoje, que estamos fazendo e que vamos fazer é com recursos próprios”, afirmou.
Andrade negou que a conversa com Guedes tivesse como objetivo pedir ajuda ao setor automobilístico.
“Temos intenção de fazer novos investimentos no país, e a gente quer saber o que vai ser o futuro, o que vai acontecer com o país”, disse.
A Previdência, segundo o empresário, foi o grande tema da reunião com Guedes. “Tudo no Brasil está dependendo da Previdência. Se a Previdência passar, os nossos investimentos se multiplicarão, serão bem maiores. Vamos criar empregos, vai haver uma criação de empregos séria, grande.”
O empresário comentou ainda a potencial guerra fiscal que está se instalando no país, após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), decidir reduzir o ICMS (imposto sobre mercadoria e serviços) em três setores, entre eles o automotivo. Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado sinalizou com um aumento de ICMS para melhorar as finanças do estado.
“Isso nos prejudica, mas o Ronaldo Caiado tem que olhar o seu estado, que está numa situação muito delicada”, disse. “Mas não vai ser por esse motivo que vamos deixar Goiás.”
Inicialmente, a reunião entre Guedes e o dono da Caoa contaria com a presença de Doria. O tucano, no entanto, antecipou a ida a Nova York, onde busca atrair investimentos para São Paulo e estudar a política de segurança pública da cidade americana.
Fonte: Polêmica Paraíba