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Delator: atendimento em hospitais era definido por demanda de políticos

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Daniel Gomes da Silva, dirigente da Cruz Vermelha gaúcha, não delatou apenas negociação de propinas no âmbito da Operação Calvário.

Em acordo de colaboração premiada, o empresário falou que políticos paraibanos usavam de influência para facilitar atendimentos em hospitais públicos, beneficiando pacientes de sua respectiva base eleitoral.

– Outra prática comum do governo Ricardo Coutinho era a determinação de atendimento e realização de exames médicos prioritários a determinados pacientes indicados por seu grupo político. De fato, me recordo que a secretaria do Hospital de Trauma de João Pessoa possuía uma lista de pessoas que eram atendidas por demanda dos políticos da base do governo – disse.

De acordo com a delação do empresário, “inicialmente, deputados e vereadores da base contatavam diretamente a secretaria do Hospital de Trauma ou o Superintendente da Cruz Vermelha Brasileira, quando havia um caso mais delicado ou de maior atenção para seu eleitorado que consequentemente deveria ser priorizado”.

O delator disse ainda que a ex-secretária de Saúde Cláudia Veras implementou uma mudança nesse procedimento. Segundo ele, ela ficou responsável pela pré-avaliação da demandas, afim de estabelecer um equilíbrio no pedido dos políticos da base do governo.

Ainda de acordo com o empresário, foi a partir de então que uma secretária de Cláudia Veras passou a endereçar para o Hospital de Emergia e Trauma de João Pessoa uma lista que determinava quais atendimentos deveriam ser prioritários.

O procedimento, de acordo com o delator, gerou “custos excedentes com a empresa terceirizada contratada para executar o serviço”. Cita como exemplo que o Centro de Imagem do Trauma, inicialmente projetado para atender aos pacientes internados na unidade, passou a receber “diversos pacientes externos”.

Daniel Gomes da Silva também fez denúncias contra o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita.

Fonte: Paraíba Online

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