A defesa do jogador da seleção Daniel Alves, acusado de estupro, disse à Justiça espanhola que a relação entre o jogador e a jovem teria sido consensual, ou seja, sem violência e com intenção de ambos, uma vez que a vítima estaria lubrificada durante o sexo. O advogado Cristóbal Martell usou como argumento um relatório médico do Hospital Clínic, onde a vítima foi atendida logo após o suposto crime. Médicos criticam essa abordagem.
No documento, os profissionais apontam que não foram identificadas lesões compatíveis com abuso sexual ou lesões vaginais típicas de relações sexuais secas. A ginecologista Marianne Pinotti, que conversou com o jornal O Globo, afirma que a presença de lubrificação vaginal, mesmo durante o sexo, não é sinônimo de excitação.
O jornal citou um estudo da revista científica Journal of Clinical Forensic Medicine, feito pelos pesquisadores Roy Levin e Willy van Berlo. Os pesquisadores externam que cerca de 21% das vítimas de abuso relatam evidências de excitação física, mesmo sob altos níveis de violência, angústia e medo.
Ainda segundo este estudo, tal resposta ocorre de forma psicológica quanto fisiológica. A resposta psicológica pode ocorrer quando o abusador é alguém conhecido ou até mesmo um parceiro da vítima. A resposta física ocorre como mecanismo de defesa da própria vagina durante o ato para evitar dor e lesões.
Fonte: Metrópoles