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Filho de Bolsonaro aluga sala de empresa investigada por corrupção no governo do PT

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Jair Renan Bolsonaro, o filho 04 do presidente Jair Bolsonaro, alugou recentemente uma nova sala para sediar a empresa Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia, a mesma que o pôs no centro de uma investigação da Polícia Federal por suspeita de tráfico de influência.

Com a mudança de endereço, o filho do presidente acabou se metendo em mais um enrosco — um enrosco, aliás, repleto de ironia. A sala, em um prédio comercial próximo à região central de Brasília, é de propriedade de um empresário que esteve no meio de um rumoroso escândalo de corrupção no governo do PT.

O imóvel alugado por Jair Renan está registrado em nome da empresa GFD Construções, cujo dono, Dércio Guedes de Souza, foi investigado e preso na Operação Custo Brasil, que mirou um esquema milionário de desvio de dinheiro de contratos de empréstimo consignado firmados pelo Ministério do Planejamento.

A sala chegou a ser alvo de uma ordem de sequestro de bens expedida pela Justiça em decorrência da apuração.

Na mesma operação, deflagrada em 2016, durante o governo de Dilma Rousseff, a Polícia Federal levou à prisão o ex-ministro Paulo Bernardo, que chefiava a pasta no período em que os desvios teriam ocorrido. As investigações apontaram o pagamento de R$ 100 milhões de reais em propinas.

Até o mês passado, a Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia seguia declarando como endereço o espaço que ocupava no estádio Mané Garrincha. Há poucas semanas, a mudança para a sala de propriedade da GFD foi oficializada na Junta Comercial do Distrito Federal e também na Receita Federal.

Procurada, a empresa de Jair Renan informou que desistiu de ocupar o imóvel, mas não em razão do histórico de seu proprietário. Braço-direito do filho 04 do presidente, o advogado Maciel Carvalho afirma que o valor do aluguel e outros detalhes do contrato foram alterados e, por isso, a empresa decidiu buscar um novo lugar.

Carvalho diz que nem ele nem Jair Renan sabiam que a sala é de de uma empresa cujo dono foi alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro na era petista.

“Para se locar uma sala não pedimos quem passou por lá ou não”, disse o auxiliar do 04. A coluna tentou contato com a GFD, mas não teve retorno até a publicação deste texto.

No início do ano passado, Jair Renan Bolsonaro virou alvo de um inquérito aberto na PF por causa das relações mantidas pela Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia com empresas interessadas em negócios com o governo federal.

Desde o início das atividades da firma, dois assessores de Jair Renan que o ajudavam na condução dos negócios — um deles personal trainer e outro, influenciador digital — foram afastados em razão de desentendimentos com o filho do presidente.

Os dois rompimentos foram turbulentos. O primeiro se deu por causa das transações que levaram à abertura da investigação na PF. O segundo também envolveu comportamentos questionáveis no relacionamento com empresários, como o próprio Jair Renan admitiu em entrevista à coluna.

Fonte: metrópoles

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