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Moraes confirma conversa sobre plano golpista com Marcos do Val: “Operação Tabajara”

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes confirmou nesta sexta-feira (03.02) que foi procurado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) no dia 12 de dezembro para falar sobre um suposto plano arquitetado contra Moraes pelo ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta quinta-feira (2), o senador declarou ter participado de uma reunião em Brasília com Silveira e Bolsonaro, na qual o ex-parlamentar propôs um plano de golpe de Estado.

Moraes chamou a iniciativa relatada de “Operação Tabajara” que mostrava “o quão ridículo” era o plano de golpe no país. O ministro disse que conversou apenas três vezes na vida com Marcos Do Val.

“O que ele disse foi que o deputado Daniel Silveira o teria procurado, e ele teria realmente participado de uma reunião com o ex-presidente da República, e a ideia genial que tiveram foi colocar escuta no senador pra que o senador […] pudesse me gravar e a partir dessa gravação pudesse solicitar a minha retirada da presidência dos inquéritos [que apuram os atos terroristas em Brasília no dia 8 de janeiro]”.

O objetivo seria obter alguma fala comprometedora de Moraes. Isso serviria para justificar a prisão do ministro e impedir a posse de Lula.

“Eu indaguei ao senador se ele reafirmaria isso e colocaria no papel, que eu tomaria imediatamente o depoimento dele. O senador me disse que isso era uma questão de inteligência e que infelizmente não poderia confirmar”, disse Moraes, durante participação virtual em uma conferência do Lide em Lisboa.

“Então eu levantei, me despedi do senador, agradeci a presença – até porque, o que não é oficial, para mim, não existe”, acrescentou o ministro.

Senador presta depoimento à Polícia Federal

Após a repercussão do caso, que teve início por meio de uma live em suas redes sociais, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) prestou depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira (2), em Brasília. O pedido da PF foi feito ao STF dentro do inquérito que investiga a participação de autoridades públicas nos ataques de 8 de janeiro.

Do Val disse que esteve na reunião com Silveira e Bolsonaro e que o ex-deputado Daniel Silveira pediu a ele que participasse de um plano para gravar uma conversa com Moraes, que levaria à anulação das eleições e à prisão do magistrado.

A intenção, segundo o parlamentar, era que ele usasse uma escuta e conduzisse uma conversa com Moraes “de maneira que o ministro falasse algo no sentido de ultrapassar as quatro linhas da Constituição”. A reunião entre Bolsonaro, Daniel Silveira e Marcos do Val teria ocorrido em 9 de dezembro.

Questionado sobre a fala publicada em uma rede social em que diz que Bolsonaro o teria “coagido” a participar do plano golpista, o senador disse que “estava com raiva dos ataques que estava sofrendo dos bolsonaristas” e que “não foi coagido por qualquer pessoa”.

Do Val afirmou que Bolsonaro ficou calado na maior parte da reunião, mas que “em nenhum momento o ex-presidente negou o plano nem mostrou contrariedade”.

Em entrevista anterior à revista Veja, no entanto, ele deu uma versão diferente, afirmando que Bolsonaro falou em detalhes sobre o plano.

Fonte: F5

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