Mortes por armas de fogo aumentam no Brasil

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    Divulgada a edição 2013 do “Mapa da Violência”, estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, não traz muitas novidades sobre o crescimento da criminalidade no país, ainda que, desta vez, com foco nas mortes por armas de fogo.

    O estudo vincula o quadro de homicídios a uma suposta facilidade de acesso às armas no país, que precisaria ser barrada por políticas de desarmamento mais

    armas

    rígidas. Segundo aponta a pesquisa, muitos dos crimes registrados estariam relacionados diretamente ao grande número de armas em circulação.

    A vinculação, contudo, é contestada pelo presidente do Movimento Viva Brasil, Bene Barbosa. O especialista em segurança pública enfatiza que, ao tentar vincular diretamente armas e criminalidade, o estudo acaba perdendo a credibilidade que o vinha caracterizando, adotando um perigoso viés ideológico. Além disso, essa postura geraria contradições latentes no texto.

    “O Brasil tem, reconhecidamente, uma das legislações sobre armas de fogo mais restritas do mundo, responsável por ter reduzido, entre 2000 e 2010, seu comércio em mais de 90%, o que mostra não haver fundamento para tratar uma possível facilidade do cidadão ao acesso a elas como causa da violência”, afirma.

    O país instituiu em 2003 o Estatuto do Desarmamento, que mantém regras rígidas e burocráticas para o porte e posse de armas, e também promove constantes campanhas de desarmamento, em que mais de 570 mil armas de fogo foram entregues voluntariamente.

    Entretanto, o estudo comprova que as restrições e a redução no comércio de armas de fogo legais no País ao longo dos últimos anos não foi capaz de reduzir a criminalidade uma vez que seu número aumentou neste mesmo período. Segundo o Mapa da Violência, em 30 anos, as mortes por armas de fogo no Brasil aumentaram 346%.

    Barbosa também questiona a utilização de meras estimativas no Mapa da Violência 2013, em razão de se dispor de dados concretos quanto às armas de fogo legalmente em circulação no país.

    “A edição deste ano se apresenta quase como uma tortura aos números para justificar políticas de desarmamento, sequer disfarçando a origem de suas improvadas estimativas em estudos parciais produzidos, não por qualquer entidade científica, mas por uma controvertida ONG desarmamentista bra

    sileira. Por que se socorrer a estimativas sobre armas legais em circulação quando este é um dado facilm
    Para Barbosa, até mesmo os dados sobre os EUA estariam muito defasados. “Osente disponível junto à Polícia Federal? Por que falar em 6,8 milhões de armas registradas, quando o número é 1,6 milhão, como registram os dados oficiais do Sistema Nacional de Armas – SINARM?”, indaga.

    Estados Unidos vêm obtendo decréscimo de homicídios recordes, alcançando em 2011 a menor taxa em cinquenta anos. No entanto, o estudo usa dados de 2008, buscando invocar um panorama defasado, talvez mais favorável à ideologia que se pretende difundir”, critica Bene Barbosa.

    A causa principal da violência homicida, de acordo com Barbosa, é a impunidade. “No Brasil, menos de 8% dos crimes de morte são elucidados, aliás, um dado pela primeira vez reconhecido no próprio estudo, e é aí que são necessários esforços do poder público. De nada adianta restringir armas para o cidadão comum, que somente as usa para se defender, quando o forte tráfico ilegal de armas e as mortes que ele alimenta não são punidas. É um erro grave, no qual vem se insistindo há mais de uma década, trazendo como resultado um número cada vez maior de homicídios”.

    ascom

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