Robson Félix, investigado por provocar o acidente que acarretou na morte de Orlando Pereira, estava em um bar do bairro de Manaíra, em João Pessoa, momentos antes da colisão no dia 16 de setembro deste ano. O perito da Polícia Civil da Paraíba estava acompanhado da namorada, que confirmou o fato em depoimento às autoridades policiais. Nesta terça-feira (31), a Justiça determinou a devolução da fiança de R$13,2 mil paga pelo perito após a prisão em flagrante, no dia seguinte ao crime.
Para a Justiça da Paraíba, a prisão não preencheu os requisitos legais, pois Robson Félix apresentou-se espontaneamente à polícia, no dia 17 de setembro. Além de provocar o acidente, o perito pode responder por omissão de socorro à vítima. O inquérito policial ainda não foi concluído.
Minutos antes da batida
O acidente que pôs fim a vida Orlando Pereira, 38 anos, aconteceu por volta de 23h, em um dos cruzamentos da Avenida Esperança. O entregador estava em horário de trabalho quando foi atingido por um carro na contramão.
No veículo, Robson Félix estava acompanhado da namorada, que também falou à polícia. Ela afirmou que, momentos antes do acidente, o casal estava em um bar, onde ingeriu bebida alcoólica, mas o perito, não.
No depoimento, a mulher afirmou que após sair do bar, em uma das ruas do bairro, o perito avisou sobre a tentativa de assalto: “Se abaixa que a gente vai ser assaltado”. Ela disse que baixou-se após o aviso e momentos depois sentiu um forte impacto na porta do carro e percebeu que havia ocorrido um acidente.
Depois da batida
Robson e a namorada afirmaram que não prestaram socorro pois ouviram ameaças e xingamentos de pessoas que estavam próximas ao local onde o acidente aconteceu. A Polícia Civil ouviu duas testemunhas que não mencionaram esses fatos em depoimentos.
O porteiro e um morador de um prédio próximo ao local do acidente foram ouvidos e disseram que o motorista passou mais de dois minutos para sair do carro. O homem afirmou que o motorista desceu, viu o motorista caído, mas não se afastou do carro. Nesse momento, o porteiro disse ao condutor: “Você estava na contramão. Vá ajudar o rapaz”. A testemunha afirmou que o homem entrou no carro e foi embora após o aviso.
No dia seguinte, Robson foi à delegacia durante à tarde acompanhado por Marcelo Burity, chefe do Instituto de Polícia Científica (IPC). O motorista foi autuado em flagrante e pagou fiança correspondente a dez salários mínimos para responder ao processo em liberdade.
Por volta das 14h, depois do depoimento, Robson passou por exames que não comprovaram a existência de álcool no sangue dele.
Orlando Pereira morreu no Hospital de Emergência e Trauma no dia 19 de setembro.
Robson Félix perdeu a função na direção do IPC e atua como perito na instituição.
Fonte: T5