Para lembrar o Dia Nacional de Luta Antimanicomial, comemorado neste domingo, 18 de maio, a Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande realizou uma mobilização no Parque da Criança na manhã deste sábado. A ação envolveu cerca de 500 participantes, entre usuários da rede de serviços de saúde mental do Município, além dos familiares dos pacientes e profissionais de saúde.
Durante o evento, que começou às 8h, foram realizadas diversas atividades recreativas, mostra de artesanato e exposição de trabalhos artísticos produzidos nos Centros de Atenção Psicossocial – Caps. Em clima de festa de São João, a mobilização teve início com uma quadrilha junina formada por mais de cem casais. A animação ficou por conta do Programa “Mexe, Campina”.
Em seguida, os participantes do evento realizaram uma caminhada dentro do parque, que terminou ao som de um trio elétrico. Ao som do grupo musical do Projeto Reviver, o encerramento das atividades culminou num momento de integração, mas também de reflexão a respeito da reforma psiquiátrica no Brasil.
A diretora municipal de Atenção à Saúde, Giovanna Cordeiro, falou dos avanços na qualidade dos serviços de atenção à saúde das pessoas com transtorno mental, mas ressaltou que o preconceito ainda é uma barreira no tratamento. “Acabamos com as paredes dos hospícios, mas precisamos derrubar os manicômios que existem dentro de cada um de nós e que, muitas vezes, nos impedem de olhar para estas pessoas como cidadãos detentores de direitos essenciais”, refletiu.
Para a coordenadora de saúde mental do Município, Elizabeth Ludgério, além de garantir o acesso ao tratamento dos usuários dos Caps e Residências Terapêuticas, os profissionais destes serviços também se preocupam com o resgate da cidadania dos pacientes. “Encontramos muitos usuários sem sequer possuir carteira de identidade. Hoje a realidade é outra, pois todos eles possuem documentos e estão inscritos nos programas sociais governamentais”, relatou.
No encerramento do evento, a secretária executiva de saúde, Eudézia Damaceno, elogiou a participação das famílias na ação e assegurou que a PMCG vem realizando investimentos para fortalecer a rede de atenção psicossocial do Município. “Implementamos um Caps Infanto-juvenil no ano passado e o Hospital Municipal Pedro I terá uma Unidade de Saúde Mental com 21 leitos, numa formatação humanizada voltada para os pacientes que precisam de atendimento de urgência e emergência”, garantiu.