Jogador pode responder por fraude processual se não disser a verdade em depoimento
O titular da Delegacia da Barra da Tijuca (16ª DP), Fernando Reis, disse nesta segunda-feira (26) que há muitas contradições nos depoimentos sobre o incidente no carro do jogador Adriano, em que uma mulher foi baleada na mão. Adriene Cyrilo Pinto, de 20 anos, sofreu fratura exposta no dedo indicador depois que um dos ocupantes do veículo efetuou um disparo.
A perícia já indicou que o disparo partiu de alguém que estava no banco traseiro. Enquanto cinco ocupantes do veículo afirmaram à polícia que o atacante do Corinthians estava na frente, a vítima diz que o Imperador estava no banco de trás.
Adriene, que está internada no Hospital Barra D’Or, na zona oeste, contou à polícia que o disparo foi feito acidentalmente pelo atacante do Corinthians. Adriano nega. De acordo com o delegado, devido às contradições, a acareação será a principal prova da investigação.
Caso se confirme que Adriano fez o disparo acidental, ele responderá por lesão corporal culposa, com penas alternativas como a doação de cestas básicas. Se as investigações mostrarem que Adriene está mentindo ao afirmar que foi o jogador quem atirou, ela responderá por denunciação caluniosa, com pena de dois a oito anos de prisão.
Entretanto, segundo o delegado Fernando Reis, se ficar comprovado que quem mentiu foi Adriano, ele responderá também por fraude processual, cuja pena pode chegar a quatro anos de reclusão.
– Ele admitindo o crime vai responder por lesão corporal, com penal alternativa. Caso esteja mentindo, ele sai de uma zona de conforto para uma situação mais complicada.
O jogador Adriano deve depor nesta segunda-feira à tarde. Adriene deve passar por cirurgia para a reconstrução do dedo indicador nesta terça-feira (27). A acareação entre os dois deve ocorrer na quarta-feira (28).