“Não só João Pessoa, mas o país inteiro está deficitário”. Foi o que disse o engenheiro civil Carlos Alberto Batinga Chaves, em conversa com o Portal F5 Online.
Membro do conselho da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Batinga diz que não existe nenhum transporte de ‘razoável a bom’ pago apenas por quem usa. Ele explica que, não diferente de outras capitais, em João Pessoa a receita também não está conseguindo cobrir os custos.
“Com a pandemia houve uma queda muito grande de passageiros e, consequentemente, de receita, então, o sistema de João Pessoa entrou em crise, além do mais, houve uma redução considerável do ISS e do ICMS do diesel”
Batinga pontua que a capital paraibana precisa de uma política mais efetiva para o setor de transporte público e que um plano de mobilidade urbana seria fundamental para diretrizes de curto, médio e longo prazo para o setor.
“Sem planejamento é impossível você ter um transporte que funcione e atenda a população, porque existe um custo crescente, principalmente do diesel – que neste último ano subiu praticamente cem por cento-, o segundo insumo que mais contribui para o preço do serviço”, disse o especialista.
Batinga também ressalta que existe um desequilíbrio entre o custo e a receita. Ele esclarece que, com exceção das cidades de São Paulo, Curitiba e Brasília, que mantêm um subsídio permanente, todas as demais, especialmente por conta da pandemia que agravou a situação, praticaram o subsídio local.
Segundo Batinga, existe uma pressão dos estados do país para que haja uma contribuição por parte do Governo Federal, o que não acontece hoje.
“Então esse é um momento difícil que passa o transporte público brasileiro, não só em João Pessoa, mas no país todo. Carecemos de uma política nacional para o setor e apesar de 85% da população brasileira viver nas cidades, a contribuição do Estado, no que se refere a apoiar o transporte público é inexistente”, conclui.
Fonte: F5