Assembleia debate a violência na Zona Rural

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    A violência, que antes era um problema mais visível nas cidades, está chegando de forma devastadora ao campo, realidade que exige a criação de uma delegacia especial e a ampliação da patrulha rural como forma de estancar a onda de crimes, furtos, roubos e assaltos na zona rural. Este foi o ponto de convergência entre os participantes da sessão especial itinerante realizada pela Assembléia Legislativa da Paraíba, na tarde desta segunda-feira (07.05), na Câmara Municipal de Campina Grande, para debater a questão da violência no Compartimento da Borborema.

    A sessão foi presidida pelo deputado Frei Anastácio (PT), autor da propositura, e secretariada pela deputada Daniella Ribeiro (PP). O evento contou também com a participação do deputado Hervázio Bezerra (PSDB) e do Coronel PM Wolgrand Pinto Lordão, que, na ocasião, representou o governador do Estado, Ricardo Courinho.

    O deputado Frei Anastácio disse, em seu discurso, que a denominada interiorização da violência e seus efeitos “perniciosos” têm mudado a paisagem, o comportamento e hábitos da população do campo. “Hoje, a violência está diminuindo nas cidades e aumentando no campo. E nós, homens públicos, o governo e a sociedade civil organizada não podemos assistir a tudo isso de forma passiva”, declarou.

    Frei Anastácio informou que a Paraíba até pouco tempo aparecia no cenário nacional entre os estados com baixo índice de violência, realidade que mudou a partir do ano de 2010. “No ano de dois mil, o Estado ocupava o vigésimo lugar. A partir de dois mil e dez, a Paraíba passou a figurar entre os seis estados mais violentos do país”, revelou.

    “Reconhecemos que o estado não está parado. Porém, ante a atual situação, não queremos saber apenas o que está sendo feito. O mais importante é saber o que pode ser feito – a curto, médio e longo prazos -, como forma de acabar ou minimizar  a violência no campo”, concluiu.

    A adoção de medidas urgentes a serem tomadas pelo governo do estado, a exemplo da adoção de uma nova política de segurança pública, foi defendida pela deputada Daniella Ribeiro, que, em seu discurso, se disse “indignada” com os números de homicídios na Paraíba. “Hoje, temos, em média, sessenta homicídios para cada cem mil habitantes, na região de João Pessoa. O Pior, é que esse quadro agora está presente no campo”, comentou.

    O líder do governo na Assembléia, deputado Hervázio Bezerra, disse que “segurança é vida”, reconheceu que o Estado não está “as mil maravilhas”, mas garantiu que muito foi feito pelo governo nessa área. “Temos problemas, temos. Mas muito foi feito na área de segurança pelo atual governo”, assegurou.

    Hervázio lembrou que a conjuntura sócio-econômica do país contribuiu para o crescimento da violência. “A falta de emprego, de saúde e de moradia contribuem para o aumento da violência. O esforço do governo Ricardo Coutinho, com programas de geração de emprego e renda, está contribuindo para minimizar a violência na Paraíba”, declarou.

    O delegado Pedro Severiano, representante da Secretaria de Estado e de Segurança Pública, em seus discurso, concordou com as declarações do  deputado Hervázio Bezerra e do coronel Wlangrand, quanto ao fato do estado ter avançado na área de segurança, no que pese ter admitido que ainda falta muito o que fazer nesta área. “Entre as ações do governo, podemos apontar o eficiente combate a roubos de bancos, principalmente às explosões de caixas eletrônicos”, destacou.

     

    O líder classista Nelson Anacleto, que falou em nome dos produtores rurais do Compartimento da Borborema, disse que o policiamento no campo continua insuficiente ante a onda de violência presente atualmente na zona rural. “A violência está afastando o homem do campo. Se continuar desta forma, a agricultura familiar estará  comprometida”, alertou.

    O coronel Wlagrand Lordão admitiu que a violência é preocupante no Estado, ressaltou que o problema é uma questão nacional e garantiu que o governo não está parado nesse segmento. Ele admitiu também que o efetivo é pequeno para o tamanho da região da Borborema, mas que há perspectiva de aumentar. “Nós estamos trabalhando. Nessa região, a PM nunca apreendeu tantas armas como neste governo e recuperou um grande número de motos roubadas, além de aumentar a presença do policial no campo”, disse.

    ALPB

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