Ex-detentos vão produzir sacolas ecológicas

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    O Projeto Liberty, ONG situada em Campinas (SP), acaba de receber encomenda para fabricar e vender 500 mil sacolas ecológicas, feitas de papel. Para atender à demanda, a instituição decidiu aumentar de dez para setenta o número de trabalhadores.

    São ex-detentos, dependentes químicos, pessoas em situação de rua e portadores do HIV. O Liberty é parceiro do Programa Começar de Novo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que utiliza a inclusão produtiva como estratégia de prevenção da reincidência criminal.

    As Sacolas Ecológicas e Sociais Liberty começaram a ser produzidas em janeiro, com apenas dez contratados. Foi logo depois de as de plástico desaparecerem dos supermercados de São Paulo, em função de acordo entre a Associação Paulista de Supermercados de São Paulo e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

    Em março, diante do pedido de 500 mil unidades, o aumento do número de vagas para o trabalho ampliou as oportunidades de reinserção social. Os contratados recebem aproximadamente R$ 700 por mês, cesta básica, e suas famílias passam a ser apoiadas por outras ações sociais do Liberty.

    Segundo o coordenador da ONG, Marcos Silveira, a empresa que fez a encomenda pagará o mesmo preço que pagaria a outro fabricante, com a vantagem de estar promovendo a redução da criminalidade e a proteção do meio ambiente.

    “É possível, sim, diminuir a criminalidade. Todos podem participar. Não se paga nada a mais por isso. Se a sociedade quer que alguém que foi preso deixe o crime, é necessário que se ofereça para essa pessoa uma oportunidade de trabalho e uma renda lícita”, afirmou o coordenador do Liberty. “Queremos ainda apoiar as pessoas que são soropositivas e também enfrentam dificuldades de inserção no mercado de trabalho.”

    A produção das sacolas é feita em máquinas cedidas por uma das empresas parceiras da ONG, a EBG Flexo. O coordenador Marcos Silveira, na intenção de atrair mais colaboradores, marcou para maio o lançamento oficial do produto. Será na Câmara de Vereadores de Campinas, com a participação do CNJ, de dirigentes públicos, políticos, empresários e representantes de entidades da sociedade civil.

    O Projeto Liberty, desde sua criação, em 2006, conseguiu colocação no mercado de trabalho para mais de 200 ex-detentos, por meio de parcerias com entidades públicas e privadas. Em 2010, em reconhecimento pelo trabalho realizado, foi uma das instituições agraciadas pelo CNJ com o Selo do Programa Começar de Novo, conferido aos que se destacam em ações de reinserção social de detentos e egressos do sistema carcerário.

    O programa Começar de Novo foi criado pelo CNJ em outubro de 2009. Ele é executado, de forma descentralizada, pelos tribunais de Justiça dos estados e do Distrito Federal e tem como parceiros órgãos públicos, empresas privadas e entidades da sociedade civil, a exemplo do Projeto Liberty.

     Agência CNJ de Notícias

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