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Acusado de planejar morte de radialista no RN rejeita defensora pública e júri é adiado pela quarta vez

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Por Anderson Barbosa, G1 RN

Lailson Lopes, o 'Gordo da Rodoviária', destituiu advogado durante o júri em 2017. Nesta quarta, ele voltou a recusar defesa e recebeu voz de prisão — Foto: Michelle Rincon/Inter TV Cabugi

Lailson Lopes, o ‘Gordo da Rodoviária’, destituiu advogado durante o júri em 2017. Nesta quarta, ele voltou a recusar defesa e recebeu voz de prisão — Foto: Michelle Rincon/Inter TV Cabugi

Foi adiado, pela quarta vez, o júri popular unificado do ex-pastor evangélico Gilson Neudo Soares do Amaral e do comerciante Lailson Lopes, o ‘Gordo da Rodoviária’, que deveria ter ocorrido na manhã desta quarta-feira (27) no Fórum Desembargador Miguel Seabra Fagundes, em Natal. Os réus são acusados de planejar a morte do radialista Francisco Gomes de Medeiros, o F. Gomes – assassinado a tiros em 18 de outubro de 2010 na cidade de Caicó, na região Seridó potiguar. Uma nova data foi marcada: 15 de abril.

Segundo o Tribunal de Justiça, o julgamento chegou a ser iniciado, mas Lailson Lopes se recusou a ser defendido pela Defensoria Pública e acabou recebendo voz de prisão. O caso é que, na última vez que o júri popular de ambos foi marcado, em julho de 2017, Lailson dispensou seu advogado e ficou sem defesa assim que a sessão começou. Diante da situação, não restou alternativa senão a magistrada adiar o júri, remarcando o julgamento para esta quarta.

Porém, de lá para cá, Lailson não constituiu um novo advogado. Quando a sessão foi inciada nesta quarta, por não ter defesa, a juíza então nomeou uma defensora pública para defender o réu. E mais uma vez o comerciante voltou a recusar a defesa.

Desta vez, no entanto, a juíza Eliana Alves Marinho puniu o comerciante com prisão preventiva, pois entendeu que ele está tentando tumultuar o processo. Agora, Lailson tem 5 dias para conseguir um novo advogado.

O ex-pastor Gilson Neudo, que já aguarda o julgamento preso, voltou para o sistema prisional. Já o comerciante Lailson Lopes, saiu do Tribunal do Júri algemado e também foi conduzido para o sistema carcerário. Radialista F. Gomes foi morto em 2010, em Caicó — Foto: Sidney Silva/Cedida

Radialista F. Gomes foi morto em 2010, em Caicó — Foto: Sidney Silva/Cedida

O crime

Francisco Gomes de Medeiros tinha 46 anos e trabalhava na rádio Caicó AM. Ele foi assassinado na noite de 18 de outubro de 2010, deixando mulher e três filhos. ‘F. Gomes’, como era mais conhecido, foi atingido por três tiros de revólver na calçada de casa, na rua Professor Viana, no bairro Paraíba, lá mesmo em Caicó. Vizinhos ainda o socorreram ao hospital da cidade, mas o radialista não resistiu aos ferimentos.

Consórcio

Segundo o Ministério Público, os acusados de participação na morte de F. Gomes fazem parte de um ‘consórcio’ de pessoas que se uniram com um propósito: eliminar o comunicador. Inicialmente, foram denunciados o mototaxista João Francisco dos Santos, mais conhecido como ‘Dão’, o comerciante Lailson Lopes, o ex-pastor Gilson Neudo, o advogado Rivaldo Dantas de Farias, o tenente-coronel da PM Marcos Antônio de Jesus Moreira e o soldado da PM Evandro Medeiros. Estes dois últimos não foram pronunciados e, consequentemente, acabaram excluídos do processo.

Réus

  • Lailson Lopes

O comerciante já sentou no banco dos réus pela morte do radialista, mas o júri acabou anulado. Foi no dia 12 de abril de 2014, quando Lailson foi condenado a 14 anos de prisão. Contudo, o MP recorreu da sentença com o objetivo de que a pena fosse aumentada. Os desembargadores então entenderam que, na verdade, deveria ocorrer outra sessão de júri, o que foi determinado. Assim, o júri acabou anulado.

  • Gilson Neudo

O ex-pastor evangélico deveria ter sido julgado no dia 16 de março de 2016, mas o procedimento foi reagendado porque a defesa dele avisou que não poderia comparecer. No mês seguinte, o júri foi novamente adiado porque o réu desconstituiu o advogado de defesa. O fato obrigou o juiz Luiz Cândido Vilaça a decidir pelo adiamento. Depois, em razão do desaforamento (sendo o local do julgamento transferido de Caicó para Natal), o júri que estava agendado para o dia 16 de novembro foi remarcado para o dia 5 de julho de 2017. Depois, houve uma decisão de juntar os júris de Gilson Neudo e Lailson Lopes, e o julgamento foi remarcado para o dia 19 de julho, ocasião em que Lailson destituiu sua defesa e o júri unificado acabou adiado para esta quarta, 27 de março de 2019.

  • Rivaldo Dantas

Também denunciado como mandante do crime, o advogado Rivaldo Dantas de Farias foi igualmente sentenciado a ir para o banco dos réus, mas aguarda em liberdade a Justiça definir uma data para o júri popular.

  • Dão

O mototaxista João Francisco dos Santos, mais conhecido como ‘Dão’, admitiu ter puxado o gatilho. Como autor material do crime, ele foi condenado a 27 de prisão em regime fechado. O julgamento aconteceu no dia 6 de agosto de 2013. A defesa dele não recorreu da decisão. Depois de passar por várias unidades, ele atualmente cumpre pena no Presídio Federal de Mossoró, na região Oeste do estado.

Fonte: G1

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