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Projeto de alunos do Sesi da Paraíba que transforma fibra de planta em bioplástico vai concorrer em Mostra Internacional

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Um projeto desenvolvido por alunos da escola Dionísio Marques de Almeida, do Sesi, na cidade de Patos (PB), vai concorrer na 35ª Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec). A equipe formada por Rauanny Silva Alves, Andressa Onassis e Bruno Cézar, sob orientação do professor Rafael Sales Brito, desenvolveu um bioplástico a partir da palma forrageira — planta usada no Sertão Nordestino para alimentar os ruminantes.

O projeto de iniciação científica dos estudantes do 3º ano já ganhou repercussão local, porque foi o vencedor da Mostra de Iniciação Científica (MIC) e o escolhido para representar o estado a nível internacional. O objetivo da pesquisa é contribuir com o meio ambiente e ajudar os produtores do semiárido nordestino a obterem mais renda a partir da transformação da fibra da planta em um tipo de plástico. É o que explica Rauanny Silva, 16 anos, uma das integrantes do projeto.

“A ideia é produzir o bioplástico, que vai super rentável ao produtor, que vai passar a produzir, além da alimentação do seu gado, o plástico, ou seja, vai aumentar a sua rentabilidade. E é uma planta bastante sustentável, porque a degradação do plástico biodegradável leva meses ou poucos anos, é mínima em comparação com o plástico normal, que leva mais de 400 anos para se degradar”.

A estudante diz que a iniciação científica logo no ensino médio foi o que proporcionou o desenvolvimento do projeto, algo que não está ao alcance de boa parte dos estudantes brasileiros. Ela conta que está surpresa com o sucesso da pesquisa e confiante na disputa internacional. “O nosso projeto foi criado no interior da Paraíba. É uma coisa que a gente não esperava. A gente está muito feliz e eufórico confiantes com o nosso projeto, que já passou da fase de testes, o plástico foi produzido”, comemora.

Orgulho

O professor de Física do Sesi e orientador do projeto, Rafael Sales Brito, se diz muito orgulhoso do trabalho que conseguiu desenvolver junto aos três alunos. Ele lembra que, até conseguirem produzir o plástico a partir da palma forrageira, houve estudo sobre o tema, desenvolvimento de plano de pesquisa, metodologia, entre outras etapas.  Segundo ele, a alegria dos alunos com a participação na Mostratec se explica pelo objetivo da própria pesquisa. “Eles têm o interesse não só da produção de um bioplástico a partir da palma, como também de incentivar os produtores locais a plantarem a planta e conseguirem um pouco mais de renda para as suas famílias”, afirma.

A produção de bioplástico a partir da planta seria um avanço considerável para o meio ambiente. Isso porque o plástico comum é resistente e dura mais tempo antes de se decompor. Além disso, o plástico se fragmenta em pedaços bastante pequenos, o que compromete a vida dos animais, sobretudo aqueles que vivem nos oceanos. Dados divulgados pela ONU apontam que 80% de todo o lixo marinho é composto por plástico. A estimativa é de que até 2050 a quantidade do material supere a de peixes.

Rafael destaca que ele e os alunos estão “eufóricos” com os resultados do projeto. “É um evento de importância internacional e um projeto que foi desenvolvido aqui na cidade de Patos, no Sertão da Paraíba, aceito para representar o estado e a nossa cidade nesta feira virtual, promovendo a pesquisa e a iniciação científica. Ver o sucesso dos seus orientandos é algo ímpar, uma sensação incrível. Acompanhar todo esse processo e vê-los desenvolvendo-se e amadurecendo dentro da pesquisa é algo substancial”, celebra.

Mostratec

Realizada anualmente em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, a Mostratec é uma feira de ciência e tecnologia internacional. O principal objetivo do evento é estimular estudantes na atividade de iniciação científica e tecnológica, de forma a acelerar o processo de expansão e renovação no quadro de pesquisadores. Este ano, a Mostratec vai ocorrer virtualmente, devido à pandemia da Covid-19, entre os dias 9 e 11 de dezembro. Esta edição vai contar com 229 trabalhos e a participação de estudantes de doze países.

Fonte: Brasil 61

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