Para lembrar o Dia Nacional de Luta Antimanicomial, comemorado em 18 de maio, a Secretaria de Saúde de Campina Grande realizou uma caminhada com os usuários dos Centros de Atenção Psicossocial – CAPS e das Residências Terapêuticas do município. O evento aconteceu na manhã desta sexta-feira, 22, no centro da cidade, e também contou com a participação de familiares dos pacientes e profissionais que atuam nos serviços da rede municipal de atenção psicossocial.
A concentração começou às 8 horas na Pirâmide do Parque do Povo, onde a equipe do Programa “Mexe, Campina” fez o aquecimento para a caminhada. Já no clima d’O Maior São João do Mundo, os participantes da mobilização fizeram uma quadrilha junina no local. Em seguida, um trio elétrico puxou a caminhada, que reuniu cerca de 300 pessoas, pelas ruas Sebastião Donato e 13 de Maio, até à Praça Clementino Procópio.
Durante o percurso, a banda que estava no trio elétrico animou os participantes. Vestidos com fantasias de carnaval e com faixas eles mudaram a rotina do centro da cidade nesta sexta. A animação tomou conta também de moradores dos prédios e dos trabalhadores do comércio. O objetivo foi mostrar que o paciente com transtorno mental pode ter uma convivência normal com a sociedade.
Para a coordenadora de saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde, Elizabeth Ludgério, o evento serve para reafirmar a importância do modelo de atenção psicossocial implantado a partir da Reforma Psiquiátrica que ocorreu no País. “Há alguns anos, estas pessoas estavam presas em manicômios, abandonadas pelas famílias em espaços desumanos. Hoje a realidade é outra e elas têm garantido o direito à saúde integral, tratamento humanizado e principalmente, à inclusão social”, explicou.
Avanços no atendimento – Segundo a coordenadora, seis mil pessoas estão cadastradas na rede de atenção psicossocial em Campina Grande, que vem sendo ampliada nos últimos dois anos. “Implantamos, em 2013, um CAPS para atendimento a crianças e adolescentes usuários de álcool, crack e outras drogas, que funciona no bairro do Alto Branco. Com esta nova unidade, passamos a contar com oito CAPS na cidade”, disse.
Além dos CAPS o município ainda possui seis Residências Terapêuticas, que são locais onde vivem os pacientes que perderam totalmente o vínculo com as famílias ou aqueles com histórico de longas internações psiquiátricas. Há ainda o Centro de Convivência Terapêutica para atendimento aos adultos com transtornos mentais leves e crônicos e dependentes de álcool e outras drogas.
No Hospital Municipal Dr. Edgley Maciel funciona, desde 2014, o Serviço Hospitalar de Referência para atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. A unidade disponibiliza vinte leitos para pacientes em surto psicótico, como também os casos de overdose para desintoxicação. O Dr. Edgley é primeiro hospital geral público do estado a contar com este serviço, dentro dos critérios do Ministério da Saúde.
Fonte: Ascom