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BARBÁRIE: Saiba quem são os donos de creche foragidos após flagrante de criança amarrada

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Eduardo Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira são os donos da escola particular Pequiá, na Zona Sul de São Paulo, que estão foragidos da Justiça após denúncias de tortura e maus-tratos contra crianças matriculadas na instituição, incluindo flagrante de um menino amarrado a um poste. Nesta segunda-feira (26) foi decretada a prisão preventiva de ambos.

Os casos de tortura e maus-tratos contra as crianças remontam de 2015 e chegam ao tempo presente. A escola passou a ser investigada no último dia 15 de junho, quando a professora Anny Garcia Junqueira denunciou as práticas aos pais e às autoridades.

Até agora a polícia já ouviu 14 testemunhas. Quase todas as oitivas foram com pais de alunos, incluindo a mãe do menino amarrado ao poste em setembro de 2022. Uma pedagoga que testemunhou e registrou uma criança obrigada a dormir no banheiro da instituição em 2015 também foi ouvida. Ainda não há informações sobre a oitiva da professora atual.

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“As crianças torturadas não tinham lesões porque foram submetidas a violência psicológica. Ele [Kawano] foi descrito como o mais violento. Ela [Moreira] costumava gritar e xingar os alunos. É triste, revoltante e bizarro”, declarou o delegado Fabio Darré, responsável pelas investigações, à imprensa.

O caso segue sob investigação e a pena para tortura contra crianças é de até 8 anos de prisão. Eduardo Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira negam as acusações e alegam inocência.

A denúncia da professora

A pequena escola Pequiá, localizada no tradicional bairro do Cambuci, próximo ao centro de São Paulo, parecia ser uma instituição de educação infantil segura e profissional como outra qualquer. Mas a professora Anny Garcia Junqueira notou algo estranho e então tudo mudou. Hoje, os diretores da instituição estão foragidos por praticarem torturas contra as crianças.

As cenas de terror, humilhação, falta de traquejo e maus-tratos contra as crianças falaram mais alto do que o medo de uma demissão ou de ser desacreditada publicamente. E assim, revoltada com o que via, a professora começou a traçar uma estratégia para registrar os maus-tratos.

Uma foto tirada às escondidas pela professora mostra um menino amarrado a um poste pela blusa que vestia. Um vídeo divulgado para a imprensa mostra uma segunda situação, em que um outro menino é humilhado na frente dos amigos porque deixou aquela gotinha de xixi escapar. Um terceiro registro mostraria a dona da pré-escola aos berros com uma menina de 1 ano de idade.

“Até em questão de xixi elas eram punidas, de ficar o inteiro com as necessidades na roupa, no caso da criança que fica sentada na caixa. Eram punidas por qualquer motivo”, disse a professora. Segundo seu relato, sempre que algo desagrava os donos, era o momento que as punições, humilhações e até agressões eram impostas às crianças.

Com os registros em mãos, a professora então os revelou a alguns pais. E a informação foi circulando ao longo da comunidade escolar. À imprensa, uma mãe declarou ter ficado “horrorizada” com as imagens: “Chorei, chorei, não podia acreditar que acontecia isso”, declarou.

Relatos dos pais

Em um trecho do boletim de ocorrência, uma mãe relata que o filho chegou em casa contando que viu o dono da escola agredir uma outra criança na cabeça por ter urinado nas calças. O mesmo menino ainda contou que em outra data o diretor colocou o aluno em questão vestindo apenas fraldas diante dos colegas. Crianças relataram aos pais a existência de uma “sala escura” para onde eram levadas como punição.

Mães, pais, responsáveis e professores começaram a fazer denúncias após o material da professora circular. Ao todo, 3 boletins de ocorrência foram registrados, o que fez com que a Polícia Civil pedisse a prisão temporária dos diretores e autorização para executar mandados de busca e apreensão.

Ex-professora

A ex-professora responsável por denúncias de torturas e maus-tratos praticados entre 2015 e 2016 prestou depoimento à polícia na última quinta-feira (22). Ela contou que após presenciar abusos da pior espécie decidiu se demitir e denunciar a escola. Disse que levou alguns casos para os pais, mas que a falta de provas impediu que as denúncias fossem levadas adiante.

“Como a mãe de uma criança de 2 anos estava inadimplente, o diretor da escola servia todas as crianças no refeitório, menos essa menina. Ele também já obrigou uma criança a comer o próprio vômito. Ele pendurava os meninos em um portão de grade como forma de castigo”, relatou a ex-professa em entrevista ao Uol.

Fonte: Revista Fórum

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