Presidente da Cagepa explica situação da empresa

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    A atual situação financeira da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA) e o pedido de empréstimo no valor de R$ 150 milhões que o governo enviou ao Poder Legislativo para sanear as finanças da empresa foram os temas debatidos na manhã desta terça-feira (29.05), durante Audiência Pública realizada na Assembleia Legislativa do Estado, com a presença do presidente da empresa,  engenheiro Deusdete Queiroga, que fez uma explanação das constas da Companhia e respondeu a perguntas feitas pelos deputados.

    O presidente Deusdete Queiroga, após a explanação, afirmou que o empréstimo é urgente e a única forma de sanear as finanças da empresa. Ele informou que no ano de 2011 a Cagepa teve prejuízo de R$ 14 milhões, porém bem menor do que o verificado em 2010, quando o prejuízo da Companhia foi de R$ 50 milhões. “Aumentamos a arrecadação e reduzimos custos, em 2011. Com isso, conseguimos diminuir o prejuízo, em relação ao ano anterior”, declarou.

    O deputado Raniery Paulino disse, na oportunidade, que a bancada de oposição não está contra o empréstimo solicitado pelo governo para sanear as finanças da Cagepa, mas exige e precisa informações mais precisas sobre o empréstimo. “Precisamos de maiores informações sobre este empréstimo. Recebi agora, do presidente Deusdete Queiroga, algumas informações que não constam no projeto do governo que chegou a esta Casa. Por exemplo, o presidente garantiu que o empréstimo será exclusivamente para quitar as dívidas da companhia”, comentou. 

    Já o deputado governista Tião Gomes (PSL) indagou o presidente Deusdete sobre quem realmente é o responsável pela atual situação da Cagepa, no que foi informado de que a empresa enfrente um processo de desestruturação a partir de abril de 2007, e, por isso, não presta um bom serviço.

    “A dívida da Cagepa não é fruto de um só governo, há décadas a empresa sofre um processo de desmantelamento. Se não fosse o esforço da atual diretoria, no sentido de cortar gastos, a companhia já teria fechado suas portas”, admitiu o presidente.

    Ao responde a questionamento do deputado Janduhy Carneiro (PPS), sobre a dívida da empresa,  Deusdete Queiroga revelou que atualmente a Companhia tem 3.412 servidores, sendo 177 cargos comissionados e não 1. 500, como foi divulgado recentemente. “De forma irresponsável, divulgaram que a Cagepa tem mil e quinhentos cargos comissionados. Isso não existe, posso assegurar e provar”, enfatizou.

    O deputado Aníbal Marcolino (PSL) também exigiu mais informações sobre a empresa e sobre o empréstimo. Ele disse que há números e dados desencontrados sobre a dívida e sobre o empréstimo, quando comparadas as informações da empresa e da secretaria de Finanças do Estado. “Dizem que a dívida é de governos passados, mas tanto Deusdete  quanto a secretária Aracilba Rocha passaram pela Cagepa em governos anteriores. Se eles estiveram na Cagepa, podem muito bem apontar quem iniciou e que aumentou o débito da empresa”, comentou.     

     

    O líder da bancada de oposição na Assembleia, deputado André Gadelha (PMDB), recomendou ao presidente da Cagepa cobrar as dívidas que as prefeituras têm junto a empresa, como forma de minimizar o déficit da empresa. “Muitas prefeituras devem a Cagepa, a exemplo da prefeitura de Sousa. Por que essa dívida não é cobrada”, ponderou.

    Deusdete Queiroga garantiu que as dívidas estão sendo cobradas judicialmente, mas ressaltou que esses processos demandam tempo e que a empresa não pode esperar por isso para sanear suas finanças.

    O deputado Hervázio Bezerra (PSDB), líder do governo na Casa, disse que o presidente Deusdete Queiroga foi sabatinado pelos parlamentares e respondeu de “forma clara” todas as indagações. “Espero que, com os esclarecimentos, esta Casa possa aprovar o pedido de empréstimo que vai salvar a Cagepa”, comentou.

    Ao final, Deusdete disse que apesar da dificuldade a Companhia conseguiu aumentar o faturamento 16,5% em 2011, em relação ao ano anterior, segundo explicou Deusdete Queiroga, em resposta ao deputado Raniery Paulino (PMDB). “Recebemos a Cagepa com uma arrecadação em torno de tinta milhões. Elevamos o faturamento para trinta e seis milhões, em um ano”, comentou.  

    Sobre a dívida, o presidente revelou que a Cagepa devia 190 milhões, em 2010, e que a atual administração da empresa diminuiu o débito para  R$ 130 milhões.  “O empréstimo é para quitar os empréstimos antigos, contraídos por governos anteriores. O atual governo não é responsável por essa dívida”, concluiu.

    ALPB

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