A Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande divulgou nesta quinta-feira, 02, o resultado de análises da qualidade da água utilizada em várias residências de Campina Grande.
De acordo com o levantamento, das 160 amostras coletadas este ano, 72 se mostraram insatisfatórias para o consumo humano. A coleta é feita pela Gerência de Vigilância Ambiental e Zoonoses e as análises são realizadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba.
A análise é microbiológica e identificou a presença de uma bactéria que geralmente habita o intestino humano. Ela pode causar gastroenterite, infecção urinária e intestinal, apendicite, meningite e outras doenças.
O contato com esta água também pode originar diarreia. Segundo a direção da Unidade de Pronto Atendimento – UPA do Alto Branco, até o mês de fevereiro era registrada uma média de 200 a 300 atendimentos clínicos de pessoas com diarreia a cada mês. De março em diante, estes atendimentos chegaram a quase 900, representando um aumento superior a 300%.
“Além destas evidências, temos que ressaltar que os testes não identificam as cianobactérias, que podem causar problemas ao fígado e à pele, além de câncer. Estamos providenciando a contratação de um laboratório particular para fazer esta análise mais detalhada para obter a informação se existem cianobactérias na água oferecida à população”, explicou a Gerente Rossandra Oliveira.
Os resultados foram enviados à Companhia de Água e Esgotos da Paraíba – Cagepa-PB e uma reunião será realizada para discutir o assunto. O Ministério Público Estadual também será notificada sobre o resultado das análises.
Segundo Rossandra, a maior parte das amostras insatisfatórias foi colhida na zona rural.
“Isto acontece porque muitas comunidades estão sendo abastecidas por caminhões-pipa que pegam a água diretamente do açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão e enchem as cisternas das residências fazendo tratamento apelas com cloro. Contudo, nós também encontramos amostras insatisfatórias na zona urbana com água da torneira”, esclareceu.
Nos próximos dias 13, 14 e 15 de junho novas coletas serão realizadas no município. O programa de Vigilância da qualidade da água – VigiÁgua, faz um trabalho permanente de avaliação do líquido em residências, escolas, hospitais, comércio e indústria, além de locais públicos como aeroporto, terminal rodoviário e outros espaços públicos, a fim de identificar a chegada de pessoas à cidade com cólera à cidade ou a presença da bactéria causadora da doença na água servida.
Os reservatórios com amostras insatisfatórias são tratados. O solo também é vigiado e todas as regiões vulneráveis são monitoradas e as cisternas também passam por processo de peixamento para evitar proliferação de doenças.
Fonte: Codecom